Eu ensino, tu aprendes, eles desdenham

Eu ensino, tu aprendes, eles desdenham

Desempenho inferior de estudantes paranaenses em testes nacional e internacional de aprendizagem reflete dificuldades enfrentadas na sala de aula

Fonte: Gazeta do Povo (PR)      10 de agosto de 2014

 

“Fala que eu te escuto.” De tantas melhorias necessárias na educação pública da rede estadual, começar por uma conversa franca com professores e diretores seria um excelente ato de governo. Eles querem ser ouvidos. Um deles é José Melquíades Ursi, 65 anos, professor de Sociologia no Colégio Estadual Francisco Zardo, em Curitiba, que dá expediente de segunda a quinta-feira no local. Mas, para ouvi-lo, é preciso marcar horário: ele dá aula para 12 turmas do ensino médio e atende a aproximadamente 35 alunos em cada turma, ou 420 no total – desempenho quase “padrão” entre os professores da rede pública.

A lotação de salas de aula é um problema nacional. Pela Sinopse Estatística da Educação Básica de 2013, do Ministério da Educação, a situação do Paraná até é melhor do que a de muitos estados: 26 alunos por turma, dentro da média do Sul e abaixo da média brasileira (31) e do Sudeste (33). No Colégio Francisco Zardo, a média gira em torno de 35. “Para corrigir bem um trabalho, preciso de pelo menos três minutos. Tendo 15 turmas, ou 500 alunos, como eu tinha no ano passado, são 25 horas para corrigir trabalhos”, ensina o professor. Além da sobrecarga da jornada, não há tempo para planejar bem o conteúdo. “A gente que faz hora extra para corrigir trabalhos tem que ouvir gestor dizendo que a hora-atividade não pode ser de 60 minutos.”

Prejuízos aos alunos

Não é só o docente que sai no prejuízo. Pelas médias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012, a realidade paranaense não é satisfatória. O MEC não divulga rankings de estados e escolas, mas a Gazeta do Povo fez uma comparação entre dados de 3.584 colégios estaduais do Sul e do Sudeste. Em Linguagem, apenas 19% das instituições paranaenses conseguiram média acima de 500 pontos. Em São Paulo, esse índice foi de 41% e, no Rio Grande do Sul, 23%. Em Matemática, 44,5% das escolas do Paraná tiveram alto desempenho; contra 58% em São Paulo e 64% no Rio Grande do Sul. Em Redação, apenas 32,6% das escolas paranaenses conseguiram média acima de 500 pontos, contra aproximadamente 50% nas redes gaúcha e paulista.

O Francisco Zardo não está na amostragem obtida pela reportagem. Mas, para José Ursi, as listas de aprovados nos vestibulares é uma prova de que os alunos estão indo bem nos testes. O que é preciso, avalia ele, é aprimorar o ambiente. “Mas não há orientação pedagógica, não há preocupação com a realidade da sala de aula.”

José Ursi e a diretora do Francisco Zardo, Naterci de Souza Schiavinato, sugerem uma interação melhor entre a Secretaria Estadual de Educação e os colégios para aprimorar a orientação pedagógica. “Tratam a escola de lá, de dentro de um gabinete. Quando você está na realidade, mexendo com pessoas, tudo fica difícil. E a necessidade quem sabe somos nós, que estamos aqui”, diz Naterci.

Quem está na lida como Ursi, que tem um contrato por meio do Processo de Seleção Simplificado (PSS), recebe salário de R$ 2.570,00. “Com o avanço da carreira, um professor concursado chega a R$ 7 mil, R$ 8 mil. Não acho muito justo a diferença salarial. E, se sai essa entrevista e alguém não gosta, no dia seguinte posso estar fora”, comenta. Ele e Naterci avaliam que as funções iniciais deveriam ter melhores salários, para atrair profissionais qualificados e motivados.

Educação básica

Não cabe aos professores do ensino médio fazer milagres. Os alunos brasileiros já chegam nessa etapa com baixo nível de compreensão. O teste mais recente do Pisa (Programme for International Student Assessment) mostrou que os jovens de 15 anos têm muita dificuldade para solucionar problemas matemáticos – o Brasil ficou em 38.º, entre 44 países no teste de raciocínio. No ranking nacional, o Paraná ficou em 8.º em Matemática, 7.º em Ciências e 7.º em Leitura. “Para mudar isso, é preciso investir bastante. Mas é algo demorado. O político sempre prefere fazer algo mais rápido, como asfaltar alguns quilômetros de estrada”, diz Ursi. Para ele, o professor quer ensinar e o aluno, aprender. Mas os governantes precisam deixar que isso ocorra.

Propostas

A cada semana, a Gazeta do Povo está questionando todos os candidatos ao Palácio Iguaçu a respeito de suas propostas para enfrentar os grandes desafios do Paraná.

Um desses desafios é a educação. Os jovens do Paraná iniciam o Ensino Médio com baixo índice de desempenho. Os dados mais recentes do Pisa mostram que as notas dos alunos de 15 anos estão abaixo da média de outros estados do Sul e do Sudeste. No ranking nacional, o Paraná ficou em 7º em Ciências, 7º em Leitura e 8º em Matemática. Além disso, o Ensino Médio sofre com a evasão de alunos e falta de professores qualificados e motivados.

Com base nisso, foi feita a seguinte pergunta: Quais são as propostas do candidato para aprimorar a qualidade do Ensino Médio no Paraná? E para a educação, de forma geral?

Confira as respostas enviadas:

Beto Richa(PSDB)

O Ensino Médio é, sem dúvida, é o grande desafio para qualquer gestão, em qualquer estado. Aqui no Paraná, entendemos que as propostas para essa fase do ensino não podem estar desvinculadas do Ensino Fundamental, desde os anos iniciais quando os alunos ainda estão nas redes municipais. Por isso, em nosso Plano de Governo, propomos uma articulação mais próxima com os municípios, integrando grupos profissionais estratégicos das duas redes (estadual e municipal) para discutir e planejar ações colocadas em prática em regime de colaboração. Essa integração se dará via Núcleo Regional de Educação. Um projeto piloto já vem sendo desenvolvido em Curitiba:

- Acompanhar mais de perto o processo de transição dos estudantes do 6º ao 9º ano, das duas redes de ensino e ainda.

- Acompanhar estudantes das turmas de 5.º e 9.º anos, que deixam as escolas municipais para integrar a rede estadual de ensino. A passagem nas modalidades, da primeira para a segunda fase do ensino fundamental e do ensino fundamental para o ensino médio, contarão com medidas de adaptação. Outras propostas específicas para o Ensino Médio:

Cumprir as metas previstas no Plano Nacional da Educação, qualitativas - taxa de matrícula líquida de 85% durante a vigência do PNE, quantitativas - universalização da oferta até 2016 para jovens entre 15 e 17 anos (ver com a Vanda quais são os números).

- Implementar as ações referentes ao Programa do Ensino Médio Inovador (PROEMI, do MEC) e ao Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio (proposto pelo MEC, coordenado pela UFPR e com a participação das Universidades Estaduais do Paraná). Além da participação, aqui no Paraná a Secretaria de Estado da Educação é uma das organizadoras na mobilização e apoio às escolas participantes, avalia resultados para promover ações de melhoria.

- Incentivar e apoiar as escolas para o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras, como parte diversificada da base comum nacional e melhor ajustadas à juventude e suas necessidades e expectativas de aprendizagem.

- Implantar e desenvolver novos ambientes de aprendizagem nas Escolas, principalmente pelo uso das tecnologias de informação.

- Ampliar a oferta de educação em integral e ampliada, por meio dos programas existentes, parcerias e escolas organizadas em turno único.

- Ampliar a cobertura do Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná para áreas do Ensino Médio como forma de produzir referências objetivas e apoiar as escolas nos seus projetos e iniciativas para o avanço pedagógico do EM. O SAEP, sistema próprio de avaliação da rede estadual, foi implantado em 2012 para o Ensino Fundamental. Já foram produzidas três avaliações no Ensino Fundamental. Os resultados são mais rápidos, com dados por Estado, Núcleo Regional de Educação, município, escola, turma e aluno. Com o SAEP a SEED e, principalmente, cada escola ou mesmo professor, pode identificar melhor suas fragilidades ou suas qualidades.

- Ampliar as ações e parcerias existentes voltadas ao incentivo das práticas esportivas nas Escolas. Hoje as escolas contam com o programa Aula Especializadas de Treinamento Esportivo, que começou em 2013 com 943 escolas. Este ano são quase 1,4 mil escolas que têm projetos esportivos, o que totaliza 7 mil horas para o treinamento esportivo. As aulas especializadas garantem boas condições para que os professores trabalhem com os estudantes focando as competições escolares.

Ampliar e adequar a oferta da Educação Profissional, melhorando as condições de aproveitamento e assegurando maior integração com o mundo do trabalho. O Governo do Estado construiu nos últimos 3,5 anos 18 Centros Estaduais de Ensino Profissionalizante que juntos atenderão quase 22 mil estudantes de Ensino Médio. Na próxima gestão os CEEPs serão equipados e serão implantados cursos que estejam em acordo com a vocação regional onde esteja localizado.

- Fortalecer a e apoiar a formação dos Grêmios Estudantis.

- Ampliar e fortalecer o Plano de Ações Descentralizadas - PAD, apoiando às escolas na tarefa de melhorarem seus resultados de aprendizagem, reduzirem significativamente os índices de evasão e de reprovação, tanto no Ensino Médio quanto no Ensino Fundamental.

Roberto Requião(PMDB)

Todas as avaliações da qualidade do Ensino Médio realizadas no Paraná demonstraram que as políticas implementadas na gestão Roberto Requião repercutiram positivamente e o Estado passou a figurar entre os de melhor desempenho no país. Mais importante, porém, foi que se iniciou uma visível e importante tendência de melhora.

Infelizmente, sobreveio o apagão da recente gestão e está se perdendo o que se conquistou com muito esforço dos educadores. Os indicadores, como os acima citados, despencaram. Atualmente percebemos uma precarização da educação no Paraná, pois foram abandonados, pela atual gestão, diversos programas de valorização e de reconhecimento do Professor como um sujeito que produz conhecimento e não apenas repassa conhecimento a seus alunos.

Programas de formação continuada que integravam pesquisa, produção e avanço na carreira, estimulavam o Professor a produzir conhecimento, como por exemplo, o Projeto Folhas, que de tão certo, reunimos as melhores produções em um livro por disciplina, O Livro Didático Público do Paraná, que foi distribuído gratuitamente a todos os alunos do Ensino Médio.

O programa de revitalização das bibliotecas das escolas foi fundamental, pois enviamos 266 títulos de autores expressivos da literatura brasileira e universal, 29 títulos de autores paranaenses e 209 títulos de fundamentação teórico-metodológica para as disciplinas de tradição curricular e de temas contemporâneos. Este programa serviu de subsídio filosófico e pedagógico para a preparação de aulas e à formação continuada dos professores da rede pública estadual naquele momento.

Estas ações, de um Estado forte, entre tantas outras, contribuíram para que a tendência de melhoria na educação, registrada nas avaliações externas, como IDEB e PISA.

Hoje, trata-se de reverter esta tendência de queda de qualidade, mas também de enfrentar uma nova realidade em que as dificuldades do Ensino Médio se apresentam como o maior desafio da educação brasileira. A recente Emenda Constitucional 59 estabelece a obrigatoriedade da oferta do Ensino Médio e, além da qualidade, outro grande desafio é a permanência.

Propostas para responder à demanda de universalização, de permanência e de qualidade:

Revisão curricular, sob a luz das novas Diretrizes Curriculares Nacionais e da realidade específica do nosso Estado, com ênfase na interdisciplinaridade, na integração de conteúdos, na pesquisa e na articulação com o trabalho. O currículo deverá ser revisto, de forma a garantir experiências significativas que respeitem o universo e a identidade dos estudantes, reconhecendo seus saberes e contribuindo para que eles transitem de uma condição de semi-letramento à apropriação das ferramentas tecnológicas da era digital, de forma a qualificar a sua inserção na sociedade.

Formação Continuada, como preconizado no Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, viabilizado pela implementação do Novo PDE, em parceria com as Universidades Públicas do Paraná, dos Mestrados Profissionais, em parceria com a CAPES e as Universidades Públicas e com ações específicas para demandas específicas, como as “Semanas Pedagógicas”, DEB itinerante, cursos temáticos, dentre outros. A Formação Continuada, neste novo momento, deverá apoiar-se nas chamadas Novas Tecnologias da Comunicação.

Educação Integrada em tempo integral constitui-se no maior desafio da próxima gestão Requião e será implantada em toda progressivamente alcançando o Ensino Médio, o Médio Profissional e o Médio Tecnológico.

Tecnologia e Inovação serão duplamente abordadas. Como componentes curriculares imprescindíveis e como meios de viabilização das políticas educacionais. A internet será levada a todas as escolas com banda mínima de cem mega, com o apoio da Copel, e será compartilhada em todo ambiente escolar. O uso dos conteúdos digitais (filmes, games, simuladores, áudios, etc.) será universalizado nas salas de aula com a integração dos tablets aos dispositivos de saída (monitores e projetores). Um novo ambiente virtual de aprendizagem será disponibilizado a professores e alunos.

Livro Didático Público Digital. Está prevista a retomada do Livro Didático para os alunos do Ensino Médio, de autoria dos educadores. Desta vez, porém, eles serão incorporados a tablets semelhantes aos oferecidos pelo MEC aos professores.

O Diário de Classe e o Livro de Chamada serão definitivamente digitais.

A integração do ensino regular com a cultura, a arte, a ciência e a tecnologia será potencializada com a volta dos Projetos Fera e ComCiência.

Por fim, a estratégia para garantir a frequência, permanência e sucesso dos jovens na experiência escolar, vincula-se de um lado as condições objetivas dos próprios estudantes (sua trajetória escolar, seu ambiente cultural, suas expectativas, etc), das condições estruturais do ambiente que o recebe (espaços qualificados arquitetônica, tecnológica e esteticamente) e experiências curriculares que os coloquem em diálogo com a dinâmica cultural do seu tempo.

Gleisi Hoffmann (PT)

Construir um currículo atraente ao jovem, com educação para o vestibular e formação para a vida. O ensino técnico profissionalizante será prioridade no ensino médio paranaense. Teremos o Paraná Profissionalizado, que atuará integrado ao Brasil Profissionalizado, programa do governo federal que dispõe de recursos para equipamentos, laboratórios, capacitação e até mesmo remuneração de professores.

Integraremos nossas escolas ao PRONATEC e faremos o PAC-PR Educação, para reformar e readequar toda a rede de ensino estadual, viabilizando espaço para laboratórios e equipamentos do ensino técnico profissionalizante. Muitos desses laboratórios já foram disponibilizados pelo governo federal e estão encaixotados nas escolas por falta de espaço adequado.

Teremos professores da rede estadual qualificados para essa função, assim como faremos convênios para pessoal especializado com Instituições Federais de Ensino, Universidades Estaduais e Sistema S.

O candidato poderia citar outras propostas para a área de Educação?

Proinfância Paraná: nosso governo vai apoiar a implantação do ensino pré-escolar em todos os municípios do estado do Paraná, o que é obrigatório até 2016 e a ampliação do número de vagas de creches nos municípios com maior demanda, em parceria com o Programa Proinfância do Governo Federal.

Educação inclusiva: promover e garantir o acesso de pessoas com deficiência na Rede Estadual de Ensino e nas instituições e de educação especial, respeitando as diretrizes do Plano Nacional de Educação e implantando as ações do Programa Federal Viver Sem Limites, igualando as condições de acessibilidade e de aprendizagem, sempre respeitando a opção da família.

Rede Escola de Proteção: serviço integrado, por município, de atenção à saúde física e psicológica, assistência social e acompanhamento especial para alunos e familiares em situação de vulnerabilidade e risco, contribuindo para reduzir a violência na escola e melhorar o desempenho escolar.

Universidade Sem Fronteiras: Ampliar esse programa de extensão universitária voltado para o desenvolvimento regional, que tem como princípio a democratização do conhecimento através da troca, compartilhamento e articulação entre a universidade e a sociedade.

Iremos fortalecer as nossas universidades estaduais, assumindo o compromisso de aplicar os Recursos do Fundo Paraná com absoluta regularidade de repasse para todo o sistema, valorizando professores e funcionários dessas instituições, bem como instituir o PAC Paraná- Ensino Superior. Também vamos seguir buscando mais vagas nas universidades federais para o nosso estado, em parceria com o Governo Federal.

Não mediremos esforços para promover a capacitação dos profissionais da educação. Parcerias com o Governo Federal, via FINEP, Programa Ciência Sem Fronteiras, PRONATEC e outros devem potencializar nossas ações.

Enxergamos os professores e demais trabalhadores da educação paranaense como parceiros e protagonistas da promoção da maior mudança na educação de um Estado que o nosso país já experimentou.

Em relação aos professores e trabalhadores da educação, o nosso Governo tem o compromisso de promover a valorização desses profissionais garantindo formação continuada, mecanismo automático de substituição das aposentadorias e exonerações. Também vamos favorecer a concentração da carga horária decente em apenas uma escola e dar condições físicas para o preparo e execução das atividades educacionais.

Implantaremos um novo modelo de saúde aos funcionários e professores em substituição ao SAS, discutindo a cooparticipação, garantindo a assistência e serviços de saúde de maior qualidade.

Bernardo Pilotto (PSol)

Nosso desafio é reencantar a escola, fazendo com que ela volte a ser um espaço que os jovens frequentam por opção, por lazer, e não somente por obrigação.

A escola precisa constituir-se em num lugar agradável de estar, onde estudantes sintam prazer em voltar no dia seguinte. Banheiros higienizados, refeitórios limpos, quadras esportivas, espaços de recreações e jogos, ambientes convidativos para leituras, pátios arborizados, jardins cuidados e recantos para estar e conversar são elementos que devem se constituir como matrizes importantes na definição dos perfis arquitetônicos das escolas públicas. Salas de aula agradáveis, planejadas com adequados padrões de conforto térmico, luminosidade e acolhimento, não devem ser privilégio de poucos e sim direito universal. Também defendemos que as instalações do espaço escolar propiciem a acessibilidade para os portadores de deficiência, que devem ter condições de alcance e entendimento, para que possam desenvolver a construção do seu conhecimento com condições de igualdade, segurança e autonomia.

Para além do “espaço gostoso de estar” e para não descuidar da intencionalidade que lhe deve ser própria (o princípio da educação integral) a escola precisa equipar-se de instrumentos e materiais que são essenciais para estimular as diversificadas e criativas aventuras no campo da cultura. Mais do que ter agradáveis bibliotecas e salas de leitura é preciso garantir que nesses espaços crianças e adolescentes encontrem livros didáticos, para-didáticos e literatura infanto-juvenil, revistas e uma variedade de outras publicações que possam conduzi-las pelas novas veredas que deverão abrir-se no mundo das letras.

Além dessas mudanças do ponto de vista da concepção do que é educação e de como deve ser a escola, assumimos o compromisso com as demandas trabalhistas e econômicas dos trabalhadores em educação, especialmente aquelas que foram pauta da greve ocorrida no primeiro semestre deste ano.

Para a educação superior, defendemos a vinculação do orçamento das universidades ao ICMS, de modo que este não possa ser diminuído de um ano para outro. Isso permitirá que as universidades estaduais tenham autonomia de fato. Também vamos construir um Plano Estadual de Assistência Estudantil, para garantir a permanência dos filhos da classe trabalhadora nas universidade

Rodrigo Tomazini(PSTU):

O candidato não enviou suas respostas no prazo solicitado.

Tulio Bandeira(PTC):

O candidato não enviou suas respostas no prazo solicitado.

Ogier Bucchi (PRP):

O candidato não enviou suas respostas no prazo solicitado.

Geonisio Cesar Marinho (PRTB):

O candidato não enviou suas respostas no prazo solicitado.

 


1992
Em 1992, o Paraná tinha 538 mil adolescentes entre 15 e 17 anos. Desses, um terço se dedicava exclusivamente aos estudo. Outros 33% só trabalhavam, sem ir para a escola. A necessidade de universalizar o ensino médio só se tornou dever do Estado em 1996, com a Emenda Constitucional (EC) nº 14. Assim, em 1999 a situação dos jovens começou a melhorar (veja acima) (1). E foi apenas em 2009, com a EC nº 59, que se tornou dever do Estado oferecer educação gratuita dos 4 aos 17 anos.


2005
O melhor do país no Ideb
O 5º ano da rede estadual do Paraná obteve nota 5,0 na primeira edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a melhor dentre os estados brasileiros (2).


2012
8º no ranking de matemática
O Paraná obteve a 8ª colocação no teste internacional Pisa, no conteúdo de Matemática. O Distrito Federal se destacou na prova que avalia o desempenho dos jovens de 15 anos.


2013
Falta ensino integral
O Colégio Estadual Cecília Meireles, em Curitiba (foto), atende em período integral 250 dos seus 1,1 mil alunos. Em outubro de 2013, pais e alunos fizeram manifestação pedindo ampliação das vagas, mas a escola não tinha condições estruturais de aumentar a demanda. O Paraná tinha 7 mil vagas na rede estadual em período integral, equivalente a 1,7% do total. Em Santa Catarina, o índice chegou a 4,7%. No ranking nacional, o Paraná ficou em 19º lugar (3)


2022
30% não vão aprender tudo o que deveriam
70% é o porcentual de alunos que devem aprender o conteúdo adequado até 2022, segundo meta estipulada pelo movimento Todos pela Educação para todo o Brasil.

Governadores têm ferramentas para melhoria do ensino médio

O Congresso Nacional está discutindo uma ampla reforma no ensino médio brasileiro. Mas, independentemente de possíveis mudanças – algumas bastante polêmicas –, os especialistas dizem que os governadores têm ferramentas suficientes para melhorar essa etapa educacional, que é reconhecida como uma das mais fracas e ultrapassadas no sistema brasileiro. O principal ponto, dizem, é reformular a carreira docente.

As mudanças mais controversas são a unificação de várias disciplinas em grandes áreas e a separação entre formação em conhecimento ou formação profissional. As propostas constam do Projeto de Lei n.º 6.840/13, em trâmite na Câmara dos Deputados, e são fruto do trabalho realizado ao longo de 17 meses por uma comissão especial.

“Há muitas disciplinas no ensino médio, mas fragmentar o conteúdo não resolve. Isso é até defendido por secretários de Educação, pois reduz custos, mas não resolve o problema”, avalia Amone Inácia Alves, coordenadora do Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio em Goiás. O ideal, diz ela, é a integralização do conteúdo, por meio do qual o aluno desenvolveria um projeto único a partir do conhecimento adquirido em várias disciplinas, com professores diferentes.

Ex-secretário de Educação no Distrito Federal e ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB), o engenheiro Antonio Ibañez Ruiz diz que outros estados podem se inspirar em experiências que já deram frutos. “Aqui no Distrito Federal já funciona há muito tempo o projeto de dedicação exclusiva do professor – ele recebe para trabalhar em uma única escola; e há também um plano efetivo de carreira, que leva em conta a formação e progressão, mas com aspectos que vão bem além do salário”, diz. Para ele, todos os professores precisam ser beneficiados com carreiras como nas universidades, onde não ocorre evasão de profissionais.

O professor Remi Castioni, também da UnB, sugere a criação de uma “residência pedagógica”. “Da mesma forma que ocorre na Medicina, também se pagaria uma bolsa para o pedagogo concluir sua formação atuando no dia a dia. O sistema poderia prever a formação continuada, com um mestrado profissional”, exemplifica. Para ele, esse tipo de ação vincula o professor a um programa e o motiva a progredir. Enquanto a medida não é adotada em nível federal, as universidades estaduais poderiam implantar a residência pedagógica, sugere ele.




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