Ao mestre com carinho

Ao mestre com carinho

 

A maior parte dos Professores brasileiros acredita que a profissão é desvalorizada no país. Mais precisamente, 90% deles confirmaram isso em respostas à Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que ouviu 100 mil Professores e diretores Escolares em 34 países.

Mesmo com essa porcentagem atingindo um índice tão alto, foi quase unânime a resposta dos profissionais da Educação no país, no tocante à realização profissional. Uma coisa não exclui a outra. Embora reconheçam a desvalorização da profissão, 87% deles disseram se sentir realizados no magistério, o que aproxima da média global que é de 91%.

Ainda sobre a questão da valorização, apenas 12% dos Professores brasileiros, disseram se sentir valorizados. O resultado também apontou que nos países em que os Professores se sentem valorizados, os resultados no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) tendem a ser melhores. Revelou também um dado preocupante em relação aos Docentes brasileiros. Eles se sentem profissionalmente sós. Os entrevistados elencaram a falta de apoio tanto no período de formação acadêmica quanto depois, no mercado de trabalho como fator preponderante para que o resultado final na sala de aula não seja melhor. 

Vale dizer, que nossos mestres estão entre os Professores que mais trabalham no mundo. Ficam atrás dos profissionais da província de Alberta, no Canadá com 26,4 horas por semana e do Chile com 26, 7 horas. Os brasileiros trabalham em média 25 horas por semana.

E o que pensar sobre a constatação que mesmo trabalhando mais que a média dos profissionais que participaram da pesquisa, desperdiçam 20% desse tempo, com a indisciplina dos Alunos, quando a média mundial é de 13%?.

Com todas as dificuldades inerentes à profissão e mais as de ordem estrutural que se agravam à medida que se enxerga as condições educacionais do interior do país, especialmente das zonas rurais, os entrevistados disseram que não trocariam a profissão por outra. Como se chama isso? Amor ao que se faz!

Os desafios que a categoria enfrenta são muitos, são clássicos, e em termos de história, pouco se tem avançado para uma melhora significativa. Os Professores não querem só bons salários, querem se qualificar, querem crescer, evoluir, fazer a diferença para aqueles os quais estão sob a sua tutela educacional. Mas para isso é preciso que verdadeiramente hajam políticas públicas eficazes e eficientes. As eleições batem à porta. A hora é de apagar da lousa tudo aquilo que não faz mais sentido existir e escrever uma nova história.

Fonte: Editorial - A Gazeta (MT) e Todos pela Educação

http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na-midia/indice/30727/editorial-ao-mestre-com-carinho/

 

http://nepfhe-educacaoeviolencia.blogspot.com.br/2014/07/ao-mestre-com-carinho.html

 




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