Dilemas da Educação

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Dilemas da Educação e de toda a sociedade

"Coloca-se para o movimento sindical a necessidade de criar novas formas de luta e de protestos que não tenham o estudante, o ensino e a própria sociedade como alvos preferenciais", afirma jornal

Fonte: Gazeta de Alagoas (AL) 01 de agosto de 2014

 

Através de liminar, a Justiça alagoana determinou que os professores da rede municipal de Maceió retornem às salas de aula dentro de um prazo de 48 horas.

Mais uma vez, um posicionamento judicial se faz necessário para evitar que a sociedade sofra um prejuízo maior e irreparável.

Mais uma vez, coloca-se para o movimento sindical a necessidade de criar novas formas de luta e de protestos que não tenham o estudante, o ensino e a própria sociedade como alvos preferenciais.

Na verdade, toda vez que os serviços essenciais são interrompidos por um movimento paredista, por mais que sejam justas as reivindicações daqueles que estão a interromper a atividade laboral, apenas o público é prejudicado.

Os governos e os governantes nunca são alcançados pelos efeitos negativos de uma paralisação nos serviços de primeira necessidade. Os usuários, mormente pessoas sem outra alternativa para o serviço interrompido, sofrem todas as consequências de uma disputa sobre a qual eles, pouco ou nada, podem fazer.

Mesmo que as aulas perdidas venham a ser repostas, isto nunca é feito de forma a recuperar o tempo perdido. As disciplinas são irremediavelmente “apertadas” para que o novo período não venha a ocupar totalmente o tempo das férias, e, nessa compressão, esmaga-se a qualidade do que está a ser lecionado e sacrifica-se o aproveitamento geral do alunado. A depender do tempo da greve, um ano letivo inteiro pode ser prejudicado, senão inteiramente desperdiçado.

Mais das vezes, nem os sindicalistas logram êxito em suas demandas nem a sociedade consegue recuperar o tempo desperdiçado (em termos de formação escolar real). O prejuízo, nesses casos, é total. Menos para os governantes, que seguem seus caminhos, passando a largo de mais uma dentre tantas greves.

Reafirmando o dito antes, e repetido em mais de uma ocasião, é justa a luta dos professores e demais servidores dos serviços públicos essenciais. Salários e condições de trabalho são de grande precariedade. Suas bandeiras são meritórias e seus objetivos dignos de apoio – mas a velha forma de luta que tem assumido o resultado de prejudicar apenas a população (e em sua parcela mais pobre) é injusta, incorreta, e precisa ser repensada. Com muita urgência.




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