Ariano e Ubaldo

Ariano e Ubaldo

Ariano, um brasileiro

foto 1 Ariano, um brasileiro

Fosse Machado de Assis um inglês, seria considerado um dos maiores escritores do mundo. O mesmo não se aplica a Ariano Suassuna. Sua brasilidade é tamanha, tão gigantesca, que nenhum outro País seria digno de sua genialidade.

Bastariam O Auto da Compadecida e A Pedra do Reino para colocá-lo no panteão de onde o aguarda Guimarães Rosa, nosso outro autor intocável. Mas Ariano também foi um guerreiro na sua militância pela cultura nacional — aquela legítima, soberba, única. Seu Movimento Armorial é um dos nossos momentos de maior grandeza, quando enfim nos vimos eruditos.

O mestre paraibano, cidadão pernambucano,  soube como nenhum outro pesquisar, lapidar e devolver ao povo (é essa a palavra) o que este tem de mais ancestral e puro. Era um agitador incansável, cruel com a indústria cultural e todo o chorume que ela nos despeja nos ouvidos, nos olhos e na alma. Com bom humor, guerreou na música, no teatro, na dança e em cada manifestação que pudesse erigir nossa identidade nacional (este termo que foi vilipendiado e jogado na lata de lixo da história).

Para muitos, Suassuna era um conservador, caquético e ultrapassado. Pois eu afirmo com serenidade: foi nosso maior visionário. Olhando para nossas raízes, vasculhando nossas origens, enxergou um país belíssimo, alegre, sarcástico, iconoclasta e ao mesmo tempo místico. Era esse o futuro que ele enxergava em nossos palcos, ruas e praças.

A Academia Brasileira de Letras ridicularizou o uso da palavra imortal. Mas no caso de Ariano Suassuna, ela é precisa e justa. Poucos partem e deixam uma vida que se confunde com sua obra — e uma obra que se confunde com seu País. Um brasileiro. É isso que ele foi e sempre será. E acreditem: não é pouco.

Foi-se o último escritor brasileiro

bento Foi se o último escritor brasileiro

João Ubaldo Ribeiro era nosso maior escritor vivo até esta sexta-feira, 18 de julho de 2014. Foi-se. Peço licença aos vivos, mas acabou: a literatura brasileira morreu.

Já fazia um tempo que agonizava, a pobrezinha. Os autores que surgiram de uns quarenta anos pra cá, verdade seja dita, são uns arremedos, uns escrivães, uns burocratas. Não há um único livro escrito por eles que mereça estar na mesma prateleira que Machado de Assis, Guimarães Rosa ou Graciliano Ramos.

João Ubaldo foi o último a carregar a tocha incandescente que ilumina os grandes autores. Em muito graças a Viva o Povo Brasileiro, uma obra visceral, um legado. Se esquecermos suas crônicas de jornal, dispensáveis, se sobressai um artista inquieto, atrevido e safado.

Mesmo assim, não foi um gênio. Mas se bastou para ser digno de um país que um dia foi brilhante. Ele sabia que nada mais frutificaria nessas terras outrora fecundas. Já nem se dava ao trabalho de escavar. Ficou ele lá, na superfície inesgotável. Descanse em paz.

http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/

 

Perdemos três grandes brasileiros.

ariano

O Brasil ficou um pouco mais triste nesses últimos dias. Perdemos Rubem Alves, João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna.

Vão-se os homens, fica a obra. Suas contribuições para a literatura, para a educação, para o teatro, para o cinema e TV, enfim, para a cultura brasileira são indeléveis. Cada um a seu modo, cada qual com seu estilo e convicções contribuíram, e muito, para o que denominamos “a alma brasileira”.

O último a partir, Ariano Suassuna, está muito presente na vida de todos nós, pela rubemgrandeza de sua obra, mas também pela formubaldoa como ela foi apresentada a milhões de brasileiros por meio da televisão e no cinema. O Auto da Compadecida atingiu a marca dos dois milhões de espectadores, assombrosa para os padrões brasileiros.Como educadores, cabe também a nós apresentar essa vasta obra aos jovens brasileiros, para que se apropriem da nossa cultura e aprendam a amar ainda mais a pátria brasileira.

 Foto Ariano Suassuna – Eder Chiodetto – Fotos João Ubaldo e Rubem Alves foram capturadas na internet.

 

 

http://apeoesp.wordpress.com/




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