Professores cansados de agressões

Professores cansados de agressões

Cansados de agressões por parte de pais de alunos,  professores fazem paralisação no Uruguai

Pelo menos seis casos de violência contra educadores  foram registrados desde o início do ano letivo, em março

por O GLOBO  / COM AGÊNCIAS

 O Uruguai tem vivenciado uma onda de ataques físicos contra professores  e diretores de escolas, por parte dos pais dos alunos. O comportamento dos  responsáveis tem alcançados níveis tão preocupantes que os educadores realizaram  nesta quarta-feira uma paralisação de 24 horas para protestar contra a  situação.

O sindicato dos professores local convocou toda a categoria para a  mobilização. Segundo a entidade, desde que o ano letivo começou, em março, foram  registrados seis casos de agressão contra profissionais da educação, na capital  Montevidéu e em outras cidades.

No ataque mais recente, registrado nesta terça-feira, a mãe de um estudante  deu um soco na cara de uma diretora de escola, em Montevidéu. A agressão teria  sido motivada pelo fato de a educadora ter chamado um médico para examinar o  garoto em função de problemas comportamentais.

A diretora alega que teria chamado os pais da criança com antecedência para  discutir o assunto. Mas eles teriam se recusado a visitar a escola. "A reação da  mãe foi dizer que não era a diretora quem deveria dizer o que ela deve fazer com  seu filho. Ela deu um soco na vítima e saiu correndo'', disse a professora e  líder sindical Rachel Bruschera, em um programa da rádio uruguaia Oriente. A  vítima precisou receber cuidados médicos em função da pancada.

Juízes já estão processando ​​cinco pais por agressão a professores. O caso  anterior ao desta terça-feira foi registrado há cerca de um mês, quando uma mãe  entrou numa escola na cidade de Rivera, dizendo que a filha havia sido  maltratada pela professora. Após uma breve conversa, ela começou a insultar a  profissional, pegou-a pelos cabelos e desferiu um golpe contra seu rosto. A  professora tropeçou, seus óculos voaram e sua boca começou a sangrar  imediatamente.

O juiz Humberto Verri processou a agressora, cuja identidade não foi  revelada, pelo crime de "violência privada". Ela foi condenada a prestar  serviços comunitários duas vezes por semana, durante quatro meses.

Além do caso de Rivera, outros três que ocorreram em Montevidéu e um em Chuy,  cidade que fica na fronteira com o Brasil, terminaram com os agressores  processados.

PROJETO DE LEI

Enquanto a categoria se mobiliza para dar visibilidade ao caso, corre no  parlamento uruguaio um projeto de lei apresentado pelo deputado Walter De Leon,  que propõe 30 dias de serviço comunitário àqueles que insultam os professores.  "Hoje em dia, tornou-se comum pai, mãe, irmã, irmão, tia e tio insultarem  professores, pedindo explicações", disse o deputado, ao justificar a iniciativa.  O projeto ainda aguarda votação.

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