Educação financeira desafia escolas
Educação financeira desafia escolas, aponta OCDE
Apenas um em cada sete estudantes de 15 ou 16 anos de idade é capaz de realizar operações simples e cotidianas relativas a finanças, como compreender detalhes de uma fatura ou calcular o preço de um quilo de um alimento no supermercado. É o que revela a edição de educação financeira do Pisa (Programme for International Student Assessment), mais importante avaliação educacional do planeta, realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O relatório divulgado nesta quarta-feira é o primeiro que avalia os conhecimentos financeiros dos estudantes. Os dados foram extraídos do Pisa 2012 e compila os resultados alcançados por 29.000 jovens em 18 nações.
No topo da lista, aparece a província chinesa de Xangai, com 603 pontos, seguida de Bélgica, Estônia, Austrália, Nova Zelândia, República Tcheca e Polônia. A Colômbia, único país da América Latina que entrou na avaliação, teve a pior colocação no ranking: 379 pontos.
O Brasil, que participa da avaliação geral do PISA, não tomou parte neste levantamento. O país é apenas citado como um dos cerca de 50 que deve implantar uma política nacional de educação financeira nas escolas.
Para a OCDE, o ensino de conceitos de educação financeira no ciclo básico poderia dar ferramentas para cidadãos enfrentarem questões do dia a dia e também turbulências econômicas. “Cada vez mais cedo as pessoas são responsáveis pelo seu próprio dinheiro e isso afeta, mais do que nunca, os riscos para o futuro financeiro pessoal e das nações”, disse secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, durante o lançamento do relatório em Paris.
De acordo com a organização, mais de 70% dos estudantes de 15 anos de idade da Austrália, Bélgica, Estônia, França, Nova Zelândia e Eslovênia já possuem conta bancária. O estudo mostra, entretanto, que apenas 10% dos estudantes conseguem resolver problemas financeiros de alta complexidade, como calcular taxas de juros e encontrar a melhor opção de crédito, além de planejar investimentos de longo prazo com base em um amplo panorama econômico.
Os resultados da avaliação não são conclusivos quanto à melhor abordagem para a educação financeira no ambiente escolar. Em Xangai, por exemplo, quase 50% das escolas oferecem o tema no currículo, mas pouco mais de 20% o fazem em uma disciplina separada das demais.
Já a Colômbia, que obteve a pior colocação, também oferece o tema em metade das escolas, mas dessas, quase 40% separam um horário específico para tratar do tema. A OCDE diz que está desenvolvendo mais pesquisas para abordar esta questão no futuro.
Fonte: Veja.
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