Quem salva o professor?
"Em escolas do município de Fortaleza estão levando há cobranças excessivas aos docentes e quase total permissividade aos alunos", afirma Djacyr de Souza
Fonte: O Povo (CE) 18 de junho de 2014
Estou preocupado, mas muito preocupado mesmo, com o ritmo em que as Escolas do município de Fortaleza estão levando neste momento em que há cobranças excessivas aos Docentes e quase total permissividade aos Alunos, o que faz com que hajam graves problemas de indisciplina, falta de aprendizagem e completo desvirtuamento do sentido e da importância da Escola. O que querem fazer? Por que não estão fazendo da Educação uma proposta de ação real, firme e verdadeira?
Hoje as Escolas municipais estão tragadas pelo formalismo e pela burocracia e muito , mas muito pouca Educação que prime por valores, envolvimento, cidadania e respeito, que são quesitos fundamentais para a construção de uma personalidade pelo menos quase ideal aos que no futuro serão adultos a comandar este país. O sentido da Escola está sendo desvirtuado quando a comunidade não pode escolher os dirigentes Escolares, quando se nega direitos a Professores e quando se procura não dar condições reais para um bom trabalho.
Não há materiais para desenvolvimento de atividades. Não há transporte para uma aula de campo e não há apoio da tecnologia para um bom desenvolvimento da prática educativa, o que provoca um rol de falhas no sistema de Ensino que geralmente é passado como falha dos Professores, que são, neste sentido, bodes expiatórios da situação em questão.
Na realidade temos caso de Escolas onde o calor sufoca Professores e Alunos e naturalmente dá grandes prejuízos na concentração e na formação dos Alunos a contento. Naturalmente os gestores acham que Educação é só gratuidade de materiais ( de péssima qualidade por sinal ) e frequência, o que os estudiosos coerentes da Educação sabem que não é.
O sentido da Escola real é feito com democracia, com participação, com boa remuneração aos Professores e com condições adequadas de trabalho. Uma boa Educação só pode existir com gestões comprometidas não apenas com a burocracia como um todo, mas, sobretudo, com atitudes que promovam a esperança de uma Escola cidadã e voltada para a sociedade.
Os Professores estão roucos aos finais de semana, extasiados pela falta de apoio aos seus trabalhos pedagógicos e sem a mínima esperança da forma como vem sendo tratados pela atual gestão, que simplesmente não reconhece os problemas das Escolas nem age sobre eles para gerar uma Escola digna para todos que dela fazem parte.
Será uma ação deliberada ou mera falta de competência mesmo? O tempo não dirá, mas causará consequências extremamente graves para toda sociedade que não tem culpa dos políticos que tem mandado ao poder.