Ato público denuncia desmonte do IPE
Ato público denuncia desmonte do IPE e protesta contra gastos com a Copa
Servidores públicos reuniram-se na tarde desta quarta-feira 30, em frente ao Instituto de Previdência do Estado (IPE), na região central de Porto Alegre, para protestar contra o desmonte do Instituto colocado em prática pelo governo do Estado e para marcar o 1º de maio – Dia dos Trabalhadores. Depois, em caminhada, os servidores deslocaram-se até o Anfiteatro Pôr-do-Sol desta vez para protestar contra os gastos públicos com a Copa do Mundo.
Em frente ao IPE, as falas foram direcionadas ao governo do Estado, que tenta dividir com os servidores a responsabilidade pelo sucateamento do Instituto. Para os trabalhadores, o pano de fundo por detrás do desmonte do IPE está a tentativa de entregá-lo para a iniciativa privada. É fundamental que os servidores acompanhem o desenrolar das denúncias contra relacionadas ao Instituto apresentadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
Os servidores também denunciaram a atual gestão do IPE, que não assume a responsabilidade pelo caos hoje instalado no Instituto e que tenta dividir com os segurados as irregularidades existentes atualmente no sistema. A ideia é clara: primeiro precariza e, depois, privatiza, com a entrega do órgão para fundos de previdência ou mesmo para a iniciativa privada. E essa política tem sido adotada em todas as regiões do país, com base no fim da paridade entre ativos e aposentados e o pagamento de previdência complementar para “novos servidores”.
Segundo os servidores, o governo do Estado mantém uma política voltada a preservar os interesses das grandes empresas com as isenções fiscais. Somente em 2013, as isenções atingiram cerca de R$ 12 bi. Enquanto preserva os interesses dos empresários, o governo se recusa a pagar o piso salarial para os educadores e não investe nos serviços de saúde, segurança e transporte.
GASTOS COM A COPA –
Imediatamente após o ato em frente ao IPE, os servidores deslocaram-se até o Anfiteatro Pôr-do-Sol onde protestaram contra os gastos públicos com a Copa do Mundo. O Anfiteatro é o local escolhido pela FIFA e pela Prefeitura da Capital para receber a chamada Fan Fest. Para ter a festa, o poder público municipal gastará cerca de R$ 10 mi.
Uma faixa com 50 metros de comprimento foi aberta em frente ao Anfiteatro informando que durante a Copa vai ter luta. “Da Copa em abro mão, quero dinheiro para a saúde, educação e transporte”, dizia o texto da faixa. Durante a manifestação, um morador de rua denunciou a repressão exercida pelos órgãos de segurança em virtude da Copa. A “limpeza das ruas” é uma das condições colocadas pela FIFA para a realização do evento.
João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
Fotos: Pedro Revillion