Vestindo a Educação

Vestindo a Educação

Prêmio para incentivar boas práticas na escola

Entre os projetos mais votados, cinco são de Santa Catarina e quatro do Rio Grande do Sul

Nove escolas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina receberão R$ 2 mil cada para investir em boas ideias para ampliar a aprendizagem. Os ganhadores do Vestindo a Educação foram divulgados na manhã de hoje. Durante os 15 dias da seleção, pela internet, foram 465,7 mil votos.

Dos 303 inscritos, estavam aptos a concorrer 225 projetos de instituições públicas. Eles deveriam se encaixar em pelo menos uma das quatro temáticas: incentivo à leitura, melhoria do ambiente escolar e da gestão escolar, além de engajamento dos pais na vida escolar do filho. Ganharam a simpatia do público, que os escolheu por meio de voto popular, quatro colégios gaúchos e cinco catarinenses. O discurso de amor e dedicação ao ensino é comum entre as três escolas mais votadas ouvidas por Zero Hora. São instituições que recebem alunos de baixa renda e que, apesar das dificuldades, não deixam de mostrar para os estudantes que é possível perseverar.

Para receber a verba, as ganhadoras precisam encaminhar documentação até o dia 30 deste mês. No dia 12 de junho, terão de entregar um relatório contemplando detalhes da execução e os resultados obtidos com a ação.

A quantidade de vencedores esteve atrelada à venda de camisetas dos Monstrinhos. Quase 2 mil foram comercializadas a R$ 25 nos dois Estados. A iniciativa é do Grupo RBS e da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, em parceria com as Lojas Gang e a CWI Software. Ela integra a campanha A Educação Precisa de Respostas. A lista com os vencedores pode ser acessada no site vestindoaeducacao.com.br.

kamila.almeida@zerohora.com.br - KAMILA ALMEIDA

Uma biblioteca na escola para todo o bairro usar

Empenho, alunos e professores. Essas foram as palavras-chave para a Escola de Educação Básica Aloysius Back, no bairro de Vila Lourdes, em Forquilhinha (SC), faturar a primeira colocação no concurso. Foram 23,6 mil votos conquistados com a ajuda de toda a comunidade escolar.

O projeto comandado pela assistente técnico-pedagógica Suzana Zanette tem o objetivo de reformar a biblioteca da instituição para melhorar o atendimento aos 245 alunos e ampliar o acesso à vizinhança.

– Não temos biblioteca no nosso bairro. Vamos abrir ao público. O aluguel dos livros será gratuito. Só haverá custo se a pessoa esquecer de devolver, em forma de multa – detalha a mentora.

A ideia de envolver a comunidade veio após relatos de estudantes de que os pais também liam as obras que eles levavam para casa. Para atender especificamente à família, montarão “maletas literárias” contendo cinco ou seis livros para que as crianças levem com elas e dividam os textos com os adultos. De tempos em tempos, pretende-se criar um debate sobre as impressões dos familiares sobre cada obra.

– Vamos estimular a aproximação entre o aluno e a família através do livro – vibra Suzana.

Os R$ 2 mil serão aplicados na compra de novos armários, mesas para pesquisas e de gibis, além de reparos no telhado do espaço que já conta com 4,5 mil livros e periódicos oriundos de doações e de repasses dos governos estadual e federal.

 

História das famílias nos quadrinhos

Intrigados com a falta de interesse das novas gerações pela leitura e com a fragilidade dos laços familiares, três professores da Escola de Educação Básica Maria Avelina de Oliveira Furtado, de Papanduva (SC), decidiram chacoalhar a vida dos alunos.

Há um mês, as professores de Educação Especial Simone de Oliveira e Ana Beje, com o professor de Informática Adair Folmer, pediram a 21 alunos de 5º ano que convidassem os parentes para fazer relatos do passado da família. A promessa era de que o resultado seria transformado em histórias em quadrinhos.

Os desenhos estão sendo feitos pelas próprias crianças de forma digital. O trabalho terá ainda uma versão em libra, já que uma das alunas é surda.

– O resultado está sendo incrível. Estamos felizes com a verba do prêmio porque conseguiremos imprimir os gibis – comemora Simone.

Ensinando o prazer de ler às crianças

A Escola Municipal de Educação Básica Prefeito Henrique Liebl, de Rio Negrinho (SC), não tem biblioteca, nem livros infanto-juvenis. Assim, há mais de 10 anos, a professora de Ensino Fundamental Raquel Audelí Bachmann Funk se vira como pode para fazer os alunos de nove a 11 anos gostarem de ler.

Tem se esforçado para propor rodas de leitura, mas poucas eram as opções de ampliar o repertório cultural de 85 crianças do 5º ano a não ser levando, com muito esforço, a turma para a biblioteca municipal.

– Os estudantes ficaram muito felizes com o prêmio. Eles gostam de ler. Eles votaram muito, queriam muito. Alguns não possuem uma visão tão ampla de mundo. Como vivem no interior, o vocabulário não é tão diversificado, notamos isso nos textos – diz Raquel.

Os 19,7 mil votos conquistados ajudarão a fazer com que o colégio dê início a uma biblioteca com a compra de exemplares condizentes com a idade dos alunos.

O dinheiro vai ajudar na impressão de cerca de cem exemplares que devem circular em outros colégios e também pela comunidade.

Zero Hora




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