Ritalina na merenda escolar
Câmara discutirá inclusão de Ritalina na merenda escolar
A Ritalina, droga da obediência muito famosa nas mais tradicionais escolas brasileiras, está para se tornar componente obrigatório na merenda das escolas públicas. A ideia é do Deputado Júlio Santos do PPGI-RJ (Partido Progressista do Grande Irmão). A intenção é padronizar cabeças e dopar crianças para que estudem muito e questionem pouco. “Existe hoje a necessidade de criar uma cultura da obediência numa sociedade que se perdeu em excessos liberais. Assim evitamos agressões contra professores, cortamos esse papo de homossexualismo e nos prevenimos contra a presença de futuros adultos se rebelando contra políticos honestos. O lema é estudar mais, pensar menos”, afirma Santos. Segundo linhas do projeto, a ideia é ministrar 70 mg diários via oral diluídos nos sucos ou mesmo misturados aos alimentos. “Quiçá presente até nos bebedouros!”, afirma Júlio César Lombroso, diretor da Escola Estadual Emílio Guerra em Teresina no Piauí.
O Dr. Drauzio Varella e a apresentadora do programa Saia Justa, Astrid Fontenelle, comentaram sobre o caso. Confira:
Controvérsias - Segundo os cientistas, a substância é a mais indicada no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O remédio, cujo princípio ativo é o cloridrato de metilfenidato, faz com que a criança fique quimicamente contida em si mesma e é extremamente benquisto pela indústria farmacêutica, laboratórios e orgãos públicos.
“Vejo pessoas criticando o usa da Ritalina. São retrógrados! A maioria dos pacientes tolera bem a medicação, que altera o organismo para que o cérebro funcione melhor. É como um par de óculos: corrige a maneira como a criança enxerga o mundo. Pacientes agitados, impulsivos, com dificuldades de aprendizagem, ao usarem o remédio, conseguem prestar mais atenção nas suas tarefas e aprendem com mais facilidade. O remédio é seguro e apresenta até 80% de eficácia. Mas deve ser sempre usado com acompanhamento médico e adequadamente prescrito, segundo seus adeptos”, afirma Marcel Hipocondreu Alves, farmacêutico.
Ademais, os dados não mentem. Só em 2009, cerca de 2 milhões de caixas das pílulas foram vendidos. De 2009 a 2011 o comércio da droga subiu em 75%.
“Ciência cretina! Não há nenhum exame que determine se a criança é hiperativa ou se tem outro problema. Sempre existiram crianças e adolescentes desatentos, agitados e com dificuldades de aprendizagem. Mesmo os perseguidos socialmente não desenvolverão obrigatoriamente quadro de depressão e síndrome do pânico. Óbvio que se trata de uma indústria e, sobretudo, de um espírito do tempo. Déficit de atenção? Geração Ritalina, a geração sem foco, a geração sem significado, a geração sem memória de longa duração, a geração ícone, geração fato, geração manchete, geração avatar facilmente deletável” afirma Juliana Szabluk, professora e psicóloga.
http://www.diariopernambucano.com.br/noticias/camara-discutira-inclusao-de-ritalina-na-merenda-escolar/