Mais de um mês de espera
Escolas ainda aguardam solução para os mesmos problemas do começo do ano letivo
Entre as 10 maiores escolas estaduais de Santa Maria, quatro estão com falta de professores
As aulas na rede estadual de ensino começaram há pouco mais de um mês. Também neste mesmo período, os problemas apontados no início do ano letivo seguem interferindo no cotidiano dos alunos. Entre eles, a necessidade de reformas estruturais e de mais professores e funcionários e a falta de transporte escolar. Entre as 10 maiores escolas, quatro estão com falta de professores. Segundo a 8ª Coordenadoria de Educação (8ª CRE), os educadores estão sendo nomeados à medida que as solicitações são recebidas.
O Diário ouviu 36 escolas estaduais de Santa Maria entre 25 de março e 3 de abril. Comparado ao levantamento realizado no início do ano letivo, em fevereiro, as poucas mudanças ainda são insuficientes. As aulas começaram em 24 de fevereiro com a falta de 22 professores em 13 escolas. Mais de um mês depois, faltam agora 23 educadores em 12 instituições (confira ao lado). Em relação ao número de funcionários, que inclui merendeiras, secretárias e serventes, o problema também não foi totalmente solucionado. Dos nove funcionários que faltavam em cinco escolas, apenas um foi reposto.
O caso mais grave é na Escola Estadual Maria Rocha, onde quatro turmas estão sem professores de física, química e de biologia. Para a direção da escola, as alegações da 8ª CRE são incompreensíveis. A diretora, Cleonice Dornelles Fialho, relata que, em dezembro de 2013, encaminhou à coordenadoria o Plano de Gerenciamento de Recursos Humanos (PGRH), documento que consta as necessidades da escola, inclusive a falta de professores. A resposta que receberam é que novos professores serão nomeados nos próximos meses.
– Faz quatro meses que pedimos professores. Pais e alunos reclamam para nós e estão preocupados que a aprendizagem fique prejudicada – explica.
Aluna do 2º ano do Ensino Médio, Thaylana Tavares da Silva, 15 anos, teme pelo vestibular da UFSM:
– Estamos fazendo vestibular seriado, e a falta das disciplinas é muito ruim.
Conforme o vice-diretor do 2º Núcleo do Cpers, Dartagnan Agostini, só no ano passado, o sindicato promoveu ações para reivindicar direitos da categoria e a nomeação de professores e funcionários.
– A falta de professores retrata a falta de gestão da secretaria de Educação. Eles são obrigados a solucionar uma questão simples e acabam jogando nas mãos dos diretores das escolas – diz Agostini.
>> Confira uma tabela de como está a situação das escolas estaduais em Santa Maria
8ª CRE afirma que não faltam professores
Apesar de a 8º CRE confirmar que o problema não é a falta de professores e, sim, a demora para que as nomeações sejam efetivadas, é fato que as aulas de algumas disciplinas seguem interrompidas há mais de um mês. Segundo Celita da Silva, coordenadora da 8ª CRE, na segunda-feira, foram nomeados cerca de 60 docentes e, diariamente, são viabilizados contratos emergenciais. A coordenadora não soube informar a data do começo das atividades dos novos nomeados.
Em relação à recuperação das disciplinas, Celita explica que as escolas podem resolver esse problema com substituições internas:
– O ano tem 200 dias letivos e, independentemente do acúmulo de aulas em uma disciplina onde há professores na escola, os alunos não terão prejuízos.
DIÁRIO DE SANTA MARIA
http://diariodesantamaria.clicrbs.com.br/rs/noticia/2014/04/escolas-ainda-aguardam-solucao-para-os-mesmos-problemas-do-comeco-do-ano-letivo-4465776.html