Alunos se revezarem nas aulas
Escola de Viamão tem prédio interditado e obriga alunos a se revezarem nas aulas
Estudantes sofrem com precariedade nas instalações da escola e chegam a ter aula na rua
Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS
Um problema com solução adiada pelo poder público há 14 anos resultou em uma situação inusitada na Escola Estadual Rui Barbosa, em Morro Grande, no município de Viamão. Construído para ser provisório, um anexo com quatro salas de aula, cozinha e refeitório se transformou na instalação permanente dos mais de 300 jovens que estudam no local. Na semana passada, o prédio foi interditado pela Secretaria de Obras sob ameaça de desabamento. O resultado: com apenas três salas disponíveis para os mais de 300 alunos, os estudantes estão indo às aulas dia sim, dia não.
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Os alunos estavam divididos originalmente em 15 turmas. Para dar conta do grupo, a direção da escola enturmou os estudantes em grupos maiores e espalhou as aulas em turnos diferentes e dias alternados. As salas, que recebiam de 15 a 25 crianças, agora ficam apinhadas com mais de 40 crianças.
O refeitório foi substituído por mesas posicionadas na varanda da escola. Sem cozinha, a merenda ficou restrita a bolachas e frutas. Nos fundos da escola, um depósito com apenas uma lâmpada virou sala de aula, abrigando 14 alunos do 2º ano e a professora. Com o espaço das oficinas de teatro e música interditados, as aulas são ministradas embaixo de árvores. Nesta quinta-feira, o único banheiro masculino não tinha papel higiênico nem toalha. Nos dois vasos sanitários disponíveis (o terceiro estava interditado) faltava o assento.
— Há 14 anos, esses prédios foram feitos de maneira provisória pelo Estado e pela própria comunidade escolar, que levantou fundos para fazer o anexo (hoje interditado). Recebemos a informação da coordenadoria regional de educação de que as obras já estão sendo licitadas e devem começar até o fim do mês, sendo concluídas rapidamente. Estamos aguardando os contêineres para suportar esse período — conta a vice-diretora, Marli Zimmermann.
A informação de que os contêineres serão enviados para amenizar o problema é negada pela Secretaria Estadual da Educação. A diretora administrativa da pasta, Sônia da Costa, garante que as obras serão feitas nos próximos meses.
— Estamos estudando uma forma de atender melhor os alunos durante a obra, mas isso ainda não está definido. A reforma deve começar em até 50 dias e vai custar R$ 2,5 milhões. Não dissemos a eles que as aulas serão em contêineres.
A vice-diretora teme que a situação piore nos próximos dias:
— Enquanto não está chovendo, ainda dá para ir levando. Se chover, vamos ter de dispensar as crianças.
Zero Hora 04-4-2014