Da Redação

O Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) expôs mais uma vez a necessidade de melhorar a qualidade da educação, como A Tribuna noticiou nesta terça-feira. Mostrou também que as escolas com período integral têm mais chances de vencer esse desafio. Hoje, porém, a região tem apenas 3% das escolas estaduais atendendo com a jornada ampliada.

Zulmira de Almeida Lambert (São Vicente), Reverendo Augusto Paes (Praia Grande), Antônio Ablas Filho (Santos) e Enio Vilas Boas (São Vicente) começaram a funcionar com o novo modelo no ano passado. Neste ano, o período integral foi introduzido na escola Professora Gracinda Maria Ferreira, em Santos. Em todo o Estado, apenas 182 das 5 mil unidades estaduais funcionam com o modelo.

Na Baixada Santista, as escolas estaduais que adotaram o período integral antes da aplicação da avaliação que compõe o Idesp não só bateram, mas superaram de forma significativa suas metas. Segundo a Secretaria da Educação do Estado, o avanço das escolas com o novo modelo aconteceu de forma geral – tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio, que hoje representa um gargalo na educação de todo o País.
 

Alunos da EE Antônio Ablas Filho estudam o dia todo; Idesp do colégio apresentou melhora

No nível médio, conforme dados da secretaria, as escolas apresentaram, em média, crescimento de 24% no Idesp de 2013, em relação ao ano anterior. No Fundamental, o aumento foi de 14% no mesmo período.

“Todos os dias eles estão em aula. O professor que dá aula em período integral só leciona naquela escola, e isso faz diferença porque ele fica bem mais próximo do aluno. É o que chamamos de pedagogia da presença. Aqui, eles almoçam e tomam café juntos”, afirma o vice-diretor da Escola Estadual Dr. Antônio Ablas Filho, na Aparecida, em Santos, Jonas Mendonça.

Em 2012, o Ablas Filho registrou 1,68 de Idesp. Em 2013, o índice da escola saltou para 4,3, deixando para trás a meta, que era de 1,79.

Preparo e diversificação

"Se eu não tivesse visto a transformação, talvez não acreditasse. Mas o Idesp mostrou os resultados do nosso dia a dia. Nossos professores participam de vários momentos de preparação. Apesar de a grade curricular ser a mesma, nosso diferencial é um programa diversificado”, diz a diretora do Ablas, Rosana Cristina Camargo de Jesus.

A escola possui sala de leitura, laboratórios e quadras. Além disso, os alunos utilizam netbooks, e todo o espaço dispõe de internet sem fio. No entanto, mais do que a tecnologia e a estrutura da escola, a professora Gilma de Oliveira Souza acredita que o poder do período integral está em permitir um currículo mais humanizado, que permite ao jovem ser protagonista de sua jornada.

Disciplinas como Preparação Acadêmica e Mundo do Trabalho ajudam o aluno a se descobrir e permitem que ele possa, com mais clareza, traçar seus próprios sonhos. E esses sonhos, diz a professora, são levados em conta. “Em todos os projetos e atividades, nós tentamos aproximar o aluno da realidade e fazer um link (ligação) daquilo que ele está aprendendo com os objetivos dele. Para isso, desenvolvemos um trabalho em equipe muito forte e estudamos muito para isso”.

O conjunto da obra, na opinião da aluna Gabriely Santos de Oliveira, de 17 anos, é positivo. “Percebo que a escola me dá uma boa base para sabermos o que queremos para o futuro. Eles apostam no nosso potencial, o aluno consegue ser protagonista e, dentro do limite, ter liberdade. Isso nos incentiva”, afirma.

http://www.atribuna.com.br/cidades/ensino-integral-mostra-for%C3%A7a-na-busca-por-avan%C3%A7os-na-educa%C3%A7%C3%A3o-1.374055