Psicologia e Educação

Psicologia e Educação

Regina Milone

Boa tarde a todos!

Fiquei um tempo sem aparecer por aqui, cansada demais, física e emocionalmente, para manter o mesmo nível de debate constante sobre Educação em nosso país.

Mas volto agora, talvez mais como psicóloga do que como professora e pedagoga, nesse momento, pois conheço de perto o quanto é importante e útil o conhecimento básico da Psicologia, para todos os profissionais que trabalham com gente.

Por ter percebido a carência de tantos profissionais de Educação em relação a como compreender e lidar melhor com alunos que parecem ter algum problema psicológico sério, deixo uma sugestão, para nossos próximos encontros por aqui: perguntem o que tiverem vontade, especialmente sobre Psicologia (sobre Pedagogia também podem perguntar), para que eu possa ajudá-los em seu trabalho escolar, com informações, relatos de experiências e dicas.

Hoje a dica é ler um artigo ótimo, sobre os absurdos que ainda acontecem em nosso país, relacionados a internações de crianças e adolescentes em instituições psiquiátricas, sem necessidade. É um verdadeiro crime o que acontece!

E, nas escolas, quantas vezes ouvi: “esse menino não é bom da cabeça”, “aquela mãe toma remédio controlado – é doida mesmo!”, “ih, essa aí? Não tem jeito não: é maluca! E os filhos também são, claro!”, entre outras provas de preconceito e ignorância como essas.

Muitos alunos não têm problemas de saúde mental e sim problemas oriundos da absurda injustiça social e péssima distribuição de renda em que ainda vivemos no Brasil. O fato de crescerem nesse meio pode acabar até levando-os a algum transtorno mental grave sim, mas a principal origem é social e nessa ninguém quer tocar. Falarei mais sobre isso em meu próximo artigo aqui no Diário do Professor.

De qualquer forma, procurem ler o artigo que citei no início deste meu texto, pois é objetivo e esclarecedor, realista e atual . Vocês podem encontrá-lo em: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/03/17/opinion/1395072236_094434.html

Antes de me despedir, deixo aqui, com vocês, a introdução do artigo, que resume o assunto tratado ali:

Como se fabricam crianças loucas

Os manicômios não são passado, são presente. Uma pesquisa realizada no hospital psiquiátrico Pinel, em São Paulo, mostra que, mesmo depois das novas diretrizes da política de saúde mental no Brasil, crianças e adolescentes continuaram a ser trancados por longos períodos, muitas vezes sem diagnóstico que justificasse a internação, a mando da Justiça. Conheça a história de Raquel: 1807 dias de confinamento. E de José: 1271 dias de segregação. Ambos tiveram sua loucura fabricada na primeira década deste século.”

Vale a pena ler o artigo todo! Não é só para psicólogos ou psiquiatras e sim para pais, professores e todos que lidam com gente diariamente, especialmente para os que lidam com pessoas ainda em sua formação básica: crianças e adolescentes

Regina Milone

(professora, pedagoga, arteterapeuta e psicóloga clínica).

http://www.diariodoprofessor.com




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