Escola interditada começa ser demolida
Quase um ano depois, prédio da escola Margarida Pardelhas em Cruz Alta começa a ser demolido
Interditado por problemas estruturais, situação precária da escola se arrasta desde abril de 2013
Foto: Henrique Siqueira / Especial
Às vésperas de completar um ano de interdição, o prédio principal da Escola Estadual de Educação Básica Margarida Pardelhas, em Cruz Alta, no noroeste do Estado, começou a ser demolido nesta segunda-feira.
A ordem de serviço foi assinada no último dia 12 de março e o prazo para a conclusão é de 60 dias, pela empresa Mega Sul Concretos Ltda., de São Luiz Gonzaga. A obra vai custar R$ 234 mil.
Segundo a empresa, funcionários começaram a demolição extraindo o telhado, forro, portas e janelas do segundo andar do prédio. Nesta primeira etapa, também serão retiradas as estruturas elétricas e hidráulicas, além de paredes internas. Só depois máquinas deverão completar o serviço. Oito funcionários deverão trabalhar nas obras de demolição.
Segundo a diretora da escola, Vera Lúcia Weber, cerca de 500 alunos que estudam em um prédio ao lado da estrutura que está sendo demolida, terão que conviver nos próximos meses com as obras.
— Tapumes serão colocados em volta do prédio para não atrapalhar o andamento do ano letivo – salienta o coordenador regional de educação, Venício Guterres Guareschi.
Escola deverá ganhar prédio novo
Com problemas estruturais – rachaduras, desnível - e na rede elétrica, portas e janelas chegaram a ficar energizadas, a estrutura foi interditada pela 9ª Coordenadoria Regional de Obras, no dia 13 de abril do ano passado.
Após a interdição, os alunos, funcionários e professores da escola passaram a conviver com uma série de transtornos: duas turmas chegaram a ter aula, com professores diferentes, na mesma sala e parte dos estudantes teve que estudar em um prédio cedido pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz).
— Ficamos aliviados com o início da demolição. Mas queremos um prédio novo – afirma a diretora da escola, Vera Lúcia Weber.
A 9ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) salienta que, o projeto para a construção de um novo prédio está em fase de conclusão. Segundo o coordenador regional de educação, Venício Guterres Guareschi, o projeto arquitetônico já está concluído e a empresa que está realizando o trabalho ainda precisa concluir o Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI) e o projeto hidráulico da nova estrutura.
— Em 15 dias a empresa deverá entregar projeto. O projeto será analisado e só depois será aberta a licitação para a empresa que vai ser aberta a licitação — complementa. Entenda o caso
Com problemas estruturais (rachaduras, desnível, etc.) e na rede elétrica (algumas portas e janelas estavam energizadas), o prédio principal da Escola Estadual Margarida Pardelhas foi interditado pela coordenadoria Regional de Obras Públicas, com sede em Cruz Alta, no dia 13 de abril de 2013.
— Uma semana após a interdição, os alunos voltaram às aulas. Porém, algumas turmas tiveram que dividir salas. Com alunos de costas um para o outro, dois professores ensinaram simultaneamente em pelo menos oito turmas de Ensino Fundamental.
— A solução encontrada para não juntar duas turmas na mesma sala na escola estadual foi deixar parte dos alunos — cerca de 130 — sem aulas. E dos de 1, 1 mil alunos do colégio, cerca de 450 foram acomodados em salas de aula cedidas pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz).
— Para unir novamente os 1, 1 mil alunos, o Estado havia prometido adaptar o auditório e a biblioteca em sete novas salas de aula, o que seria feito até 8 de junho. Mas isso sequer chegou a ser realizado. E uma nova promessa foi feita: construir um novo prédio e demolir a antiga estrutura.
— Enquanto o impasse não tem fim, os cerca de 1,1 mil alunos seguem tendo aulas de forma improvisada. Parte dos estudantes tem aulas em outro prédio do colégio, que não está interditado, e o restante estuda em um prédio cedido pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz).
— Em setembro de 2013, após uma decisão judicial, a Prefeitura autorizou a demolição da estrutura. Cruz Alta tem uma lei que estabelece que, todo prédio construído antes de 1960 tenha de passar por uma avaliação do poder público. O prefeito, havia solicitado um laudo dos técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), que foi contrário a demolição da estrutura. O chefe do executivo se mostrou favorável ao parecer do Instituto e optou por preservar o prédio, na época. O que só foi conseguido por meio de ação judicial.