Todos devem cumprir
"Todos devem cumprir", diz presidente do Cpers sobre paralisação dos professores
A recomendação do representante da categoria é de que alunos não compareçam às escolas
A presidente do Cpers/Sindicato espera que a categoria atenda ao que foi decidido em assembleia-geral e recomenda que os pais não levem os filhos às escolas. Confira trechos da entrevista:
Zero Hora — Qual a sua expectativa para a paralisação?
Rejane de Oliveira — Estamos com a programação de, amanhã (segunda-feira), estarmos nas escolas para debates. Na terça-feira, atividades nos núcleos. E, quarta-feira, o ato público estadual.
ZH — O que a senhora espera em relação à adesão?
Rejane — A nossa expectativa é que a categoria atenda ao que foi decidido em assembleia-geral, que é a instância soberana da entidade. O esforço de toda a direção é de estar nas escolas para fazer este debate com a categoria e fazer com que a greve aconteça de fato. Portanto, essa é a decisão da categoria. Todos devem cumprir.
ZH — O governo do Estado diz que os pais devem levar os filhos para a escola. Não é a mesma orientação do Cpers.
Rejane — O Cpers recomenda que os pais não mandem seus filhos para a escola. Os professores e funcionários estão de greve. Nós sempre temos o cuidado com os estudantes, para que não fiquem nas calçadas e nas praças. Os pais sabem da decisão da categoria em assembleia. Por cuidado e compromisso com a comunidade escolar, avisamos com antecedência. É muito importante que os pais ouçam os professores porque a defesa da escola pública passa por uma parceria com professores e comunidade escolar. Agora, a única política que o governo expressa para a educação são as ameaças de corte de ponto, as ameaças aos trabalhadores, é orientar a comunidade de forma equivocada, não respeitando o direito de greve. Nós não esperávamos outro comportamento deste governo.
ZH — Essa organização contribui para que a comunidade escolar apoie as reivindicações?
Rejane — Os pais sabem que a nossa defesa não é só do salário, mas a defesa da educação de qualidade. Os pais já perceberam que a reforma do Ensino Médio é um desastre para a educação. Os pais assistem, no dia a dia, falta de professores, falta de funcionários. Temos estudantes que têm aula em igreja, CTG.
ZH — Os dias de paralisação serão recuperados?
Rejane — Nós nunca tivemos problemas em recuperar os dias letivos. Cumprimos a legislação que regra a educação. Quem não cumpre é o governo do Estado. Tudo que diz respeito à legislação educacional, os trabalhadores em educação sempre cumprem. O governador não precisa se preocupar conosco porque nós cumprimos a risca a lei.
ZERO HORA