Renda familiar afeta leitura
Renda familiar pode afetar capacidade de leitura
Da redação - Discovery Kids - 13/03/2014 - São Paulo, SP
A fase que vai dos três aos sete anos é vital para o desenvolvimento do cérebro das crianças. É quando devem aprender a ler, e se não contarem com uma estrutura adequada, podem apresentar problemas no futuro.
O ensino infantil exerce grande influência na vida de uma criança, tanto no aspecto mental como no emocional, já que é uma preparação para o próximo passo: o ensino fundamental.
Essa fase pode ser até mais importante para as famílias de baixa renda, já que os pais costumam passar menos tempo em casa para ajudar as crianças na aprendizagem. A pobreza é um desafio social, e o ensino infantil ? entre os três e sete anos, dependendo do país - ajuda a ?igualar? as condições.
Um relatório do Kids Count, projeto da Fundação Annie E. Casey, revela as disparidades na capacidade de leitura com base na renda familiar. O estudo, conduzido no estado de Kentucky, Estados Unidos, comprovou que 77% das crianças da quarta série de famílias de baixa renda não leem com fluência, contra 49% dos alunos provenientes de famílias mais abastadas. No estado, a média de alunos da quarta série com dificuldades de leitura é de 64%.
Nesses casos, as famílias com menos recursos não puderam garantir a frequência escolar total ou parcial de seus filhos, nem conseguiram ? ou souberam ? como complementar a aprendizagem em casa.
Isso ressalta as diferenças sociais e coloca em evidência a importância do papel educativo da família, ao lado do das instituições públicas ou particulares.
As dificuldades cotidianas e financeiras podem ser tão grandes que impedem os pais de investir mais tempo na educação dos filhos. Se um pai só consegue pensar em como pagar a conta de luz, é possível que comprar um livro e ler com seus filhos não seja uma prioridade. No entanto, é uma postura sumamente importante.
Avaliar a melhor maneira de envolver os pais na educação das crianças que não contam com uma boa estrutura é um desafio para as instituições educativas, que devem ressaltar a importância da leitura e do desenvolvimento das habilidades linguísticas em casa.
Estudos demonstram que os sete primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento do cérebro. Se a criança está atrasada no jardim da infância, terá mais dificuldades para alcançar um bom desempenho no ensino fundamental.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração são os avanços tecnológicos. Agora, as crianças usam iPads em vez de livros; em vez de ler em papel, leem nas telas de tablets e celulares. Isso está mudando a experiência infantil nos primeiros anos de vida, o que significa que os educadores também precisam mudar o enfoque. É preciso romper com as ideias tradicionais, pensar fora dos padrões. O que antes funcionava, agora pode exigir uma nova abordagem.
Na educação tradicional, o aprendizado da leitura se consolida até a quarta série, geralmente entre nove e dez anos de idade. Daí em diante, supõe-se que o aluno já esteja plenamente alfabetizado. No entanto, se a criança não aprendeu a ler muito bem, isso se tornará uma luta constante ao longo da vida escolar.
Você acha que deveria passar mais tempo lendo com seu filho? Que livros ajudaram mais em sua educação?
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