Ensino personalizado
"A classe menor permite que o professor dê mais atenção a cada um, identificando as dificuldades, investindo mais na superação das limitações e no aperfeiçoamento das qualidades", afirma Cláudio Aguiar
Fonte: Estado de Minas (MG)
A redução do tamanho das turmas pode significar um incremento de até 44% na aprendizagem estudantil, conforme um estudo realizado pela organização Todos Pela Educação e Instituto Ayrton Senna.
O levantamento se baseou na revisão bibliográfica de 165 trabalhos, publicados em diversos países, avaliando as principais influências no aprendizado. Maior aproveitamento do tempo, mais foco em objetivos, maior atenção a cada Aluno e melhor possibilidade de personalização do Ensino contribuem para esse incremento nos resultados, quando as turmas são menores.
Se no Ensino comum as classes grandes podem comprometer o aproveitamento Escolar, observa-se que, quando se trata do aprendizado de uma segunda língua, as dificuldades se ampliam principalmente para adultos. As pessoas com idades, perfis e até interesses muito diferentes acabam na mesma sala, às vezes, com até 30 ou 40 Alunos.
Observa-se uma massificação do Ensino com o intuito de lecionar para o maior número de pessoas de uma só vez. Nessa equação, nem sempre a qualidade do aprendizado é privilegiada. Todavia, quando as turmas são pequenas, entre três e cinco Alunos, é possível filtrar objetivos mais parecidos, como, por exemplo, agrupar pessoas que querem aprender a segunda língua para passar no vestibular, prova de mestrado, conseguir certificados, ou aqueles que buscam conhecimento para uma viagem curta. O perfil dos estudantes também é diferente e influencia no aprendizado, podendo existir turmas com crianças, adolescentes, universitários, empresários e, ainda, funcionários de uma empresa.
O objetivo é ter um grupo mais homogêneo para que se possa criar um contexto de aprendizado refletindo as vivências da turma. Os resultados dependem de um Ensino personalizado, com conteúdos direcionados para cada Aluno. A classe menor permite que o Professor dê mais atenção a cada um, identificando as dificuldades e os pontos fortes individuais, investindo mais na superação das limitações e no aperfeiçoamento das qualidades.
É possível associar até mesmo as atividades extraclasse ao perfil dos Alunos. Após a avaliação dos estudantes e respectivos interesses, direcionam-se leituras, exercícios, áudios e vídeos. É possível incrementar, buscando interesses particulares por literatura, música, cinema e tudo mais que possa contribuir com o aprendizado fora e dentro de sala de aula.
O tempo é mais bem aproveitado em turmas menores, assim como a participação de todo o grupo é influenciada. Num exercício de conversação com uma turma de 30 Alunos, ao chegar no 15º, os outros já estariam entediados.
Em grupos reduzidos, o processo é mais dinâmico e nenhum estudante fica ocioso ou propenso à dispersão. Consequentemente, o foco é mantido nas atividades e objetivos preestabelecidos. A percepção dessa possibilidade de Ensino se deu por meio de minhas próprias dificuldades de aprendizado em salas cheias. Tinha mais facilidade em outro contexto, quando era mais personalizado, estudando sozinho ou em turmas menores.
Quando comecei a dar aulas, percebi que alguns Alunos também tinham essa dificuldade e, por meio de estudos, verifiquei se tratar de algo maior ainda. Infelizmente, esse tipo de aprendizagem ainda não é o mais comum, embora sejam notáveis os benefícios, verificados, inclusive, nas avaliações e testes.
Todos pela Educação