A escolha do diretor

A escolha do diretor

 

A escolha do diretor da escola pública ainda é tema polêmico no Brasil. Como não há uma regra única para a seleção de diretores, que podem ser eleitos pela comunidade escolar, indicados por políticos, concursados ou selecionados por formas combinadas, esse processo ainda deixa a desejar em termos de contribuição para a qualidade do ensino.

Para Cláudio Gomide, professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) na área de Política e Gestão Educacional, o ideal é que o processo de escolha do diretor seja um sistema híbrido de concurso e eleição, como em alguns países europeus. “Os aprovados em concurso apresentam propostas de gestão e as respectivas comunidades escolares escolhem o candidato que consideram mais adequado dentre os concursados”, explica Gomide. E completa: “Em tese, o processo (híbrido) assegura competência e igualdade de oportunidades para os candidatos a gestor e bom relacionamento com a comunidade”.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), a proporção de gestores indicados por políticos equivale a 21,8% do total: dos 56.911 diretores das redes estaduais e municipais, 12.413 foram definidos por indicação política, prática condenada por especialistas em Educação. Isso porque, de todas as formas possíveis, a indicação política do diretor é a que menos garante que ele tenha competência e demais características necessárias para ocupar o cargo. Além de competência técnica, compromisso com as finalidades e diretrizes educacionais, o professor da Unesp ressalta que o diretor deve ter bom relacionamento e envolvimento com a comunidade.

A aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) deve trazer uma nova perspectiva ao processo de escolha do diretor. “O principal aspecto é que o PNE assegura recursos para que os profissionais da educação – evidentemente os gestores dentre eles – tenham um processo de recrutamento e seleção que garanta a busca de melhores talentos para a educação, um piso salarial que sirva como atrativo, um plano de carreira que estimule a formação continuada, o desenvolvimento da competência, a motivação e o relacionamento, um regime de trabalho adequado e condições de trabalho compatíveis com a função”, enfatiza Gomide.

Confira a seguir os principais aspectos que permeiam a escolha do diretor hoje.

 

Matéria publicada na edição de dezembro de 2013.

http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/especiais/gestao-ensino-publico/579-a-escolha-do-diretor




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