Ser a maior universidade do Brasil

Ser a maior universidade do Brasil

Meta da UFF é ser a maior universidade do Brasil

  • Instituição pode se tornar a primeira em quantidade total de alunos em 2015


Multidisciplinar. Bloco A, no campus do Gragoatá, sintetiza conceito de reunir disciplinas de diversos cursos em um mesmo prédio: unidade semelhante foi construída na Praia Vermelha
Foto: Bia Guedes

 Multidisciplinar. Bloco A, no campus do Gragoatá, sintetiza conceito de reunir disciplinas de diversos cursos em um mesmo prédio: unidade semelhante foi construída na Praia Vermelha Bia Guedes

NITERÓI - Assim que o ano letivo começar, a chegada de novos alunos à Universidade Federal Fluminense (UFF) terá um quê de especial. Pela primeira vez, a UFF terá mais calouros do que qualquer outra instituição federal de ensino do país. Ao todo, serão 10.500 recém-aprovados para 136 cursos de graduação, espalhados pelos campi em Niterói e de outros 15 municípios do estado. Para dar conta da formação de 42 mil estudantes, a UFF tem um plano ousado: quer ser a maior universidade do Brasil.

- Passamos de 5 mil vagas, em 2006, para quase 10.500 mil no fim do ano passado, considerando o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que preencheu 9.550, e as provas de transferência, que ocuparam quase mil. A UFRJ está com 9.400 no Sisu, menos que a gente. E, no ano que vem, com dez cursos novos, vamos para 11.200 vagas só no Sisu. Assim, ultrapassaremos a USP (que é estadual). Este ano, ela recebeu 11 mil novos alunos na graduação presencial. Nós já somos a principal instituição federal em entrada de estudantes por ano, e, a médio e longo prazo, vamos nos tornar a maior de todas - afirma o reitor Roberto Salles, que chega ao último ano de sua gestão. - Com essa oferta na graduação presencial, fora o ensino à distância e o crescimento da pós-graduação, em pouco tempo seremos a universidade de maior tamanho.

Alcançar a meta não é fácil. A USP, a maior do país, tem 58 mil alunos na graduação. Além da abertura de mais dez cursos em 2015, a UFF prepara a expansão física de seus campi. Desde 2006, quando teve início a gestão de Salles, foram erguidas 55 instalações, a maioria no interior do estado. Em Niterói, foram inaugurados os blocos A e H, no Gragoatá e na Praia Vermelha, com o conceito de serem multidisciplinares, e o prédio da Moradia Estudantil.

De acordo com o reitor, 38 obras estão em andamento. Salles diz que, no próximo mês, o prédio da reitoria, o Centro de Artes e o Cine Arte UFF, todos em Icaraí, serão reinaugurados. Também está nos planos a criação de um hotel-escola num terreno próximo ao Hospital Universitário Antônio Pedro.

- Aumentamos a metragem quadrada total dos nossos campi, que era de 248 mil. Entregamos, até o fim de 2013, 70 mil metros quadrados. E temos obras em andamento. No final, vão ser mais 165 mil, totalizando 413 mil metros quadrados. E estou falando de prédios com tudo dentro, urbanizados. Não são só esqueletos, não - afirma Salles.

O custo dessa expansão, segundo dados apresentados pelo reitor ao corpo docente, chegaram a R$ 234 milhões até o final de 2012. Este ano, o orçamento da universidade ultrapassou R$ 1,4 bilhão. A cifra chega perto do total que Niterói espera arrecadar em 2014: R$ 1,8 bilhão.

Servidores fazem críticas

No entanto, o planejamento de Salles não agrada ao setor técnico da universidade. Coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF (SintUFF), Pedro Rosa diz que o número de estudantes aumenta desde 2007, ano da criação do Reuni (programa de apoio à expansão das universidades federais), mas o de funcionários, não.

- É impossível e irresponsável dizer que vai crescer assim. Este ano tem eleição para reitor, isso é propaganda. Hoje, a UFF tem 4.664 técnicos, considerando os médicos e o corpo do hospital. A UFRJ tem mais de 15 mil - critica Rosa.

As reclamações se repetem no quadro de professores, diz Eblin Farage, presidente da Associação dos Docentes da UFF (ADUFF):

- Somos totalmente a favor da ampliação e da democratização da universidade. O problema é que isso não vem acompanhado da entrada de técnicos e professores nem de melhora na estrutura. A UFF tem aulas em contêineres. O alojamento ainda é insuficiente. Salas estão superlotadas. Isso tudo gera sobrecarga no trabalho, um problema de mais de uma década.

Números

R$ 1,4 bilhão é o valor do orçamento da UFF este ano

42 mil alunos matriculados em cursos de graduação

11.200 vagas são previstas para 2015


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