Governo foi alertado sobre obras

Governo foi alertado sobre obras

Escola diz ter alertado governo sobre obras parciais

Telhado dos prédios foi reformado apenas nas beiradas e serviço é investigado pela operação Kilowatt

Inaugurada em 1960, na época das Brizoletas, a Escola Estadual Oscar Pereira, localizada no bairro Cascata, em Porto Alegre, demandava reformas há tempos. O problema parecia estar se encaminhando para uma solução quando as obras tiveram início, em julho de 2012. Com custo superior a R$ 1 milhão, o serviço previa reforma do telhado, pintura interna e externa, cobertura da quadra esportiva e reforma de banheiros. O surgimento de rachaduras e os vazamentos nos sanitários, porém, levantaram suspeitas.

Segundo a diretora da escola, Ana Regina Jardim, as caixas de descarga apresentaram problemas pouco tempo após serem instaladas. As suspeitas foram comprovadas durante um passeio no Morro da EmbrTelhado de escola foi reformado apenas nas beiradas<br /><b>Crédito: </b> Polícia Civil / Divulgação / CPatel, de onde ela teve uma vista do telhado do prédio. A cobertura havia sido substituída apenas parcialmente. A direção da escola garante ter comunicado a Secretaria Estadual da Educação. “Diante de tudo o que via, ficava tão indignada que fui registrando e entregando os documentos. Tive certeza de que realmente o material usado era de péssima qualidade”, relatou Ana Regina.


O custo também chamou a atenção da comunidade escolar. “Eu dizia o tempo todo para o presidente da empresa que se dessem esse dinheiro na minha mão eu teria feito duas escolas”, recorda. Um banheiro adaptado para cadeirantes custou R$ 21 mil.

Após a deflagração da operação Kilowatt, as suspeitas foram reforçadas. As obras realizadas no prédio estão sob investigação, segundo a Polícia Civil. “Espero que, além da Oscar Pereira, muitas outras verdades sejam descobertas e que os culpados sejam punidos”, declarou Ana Regina.

Com aulas nos três turnos, a escola conta 1,5 mil alunos de ensino fundamental e médio. Construída inicialmente em madeira, o prédio foi substituído por alvenaria no final da década de 1990. Sem opções de lazer, muitos alunos e moradores frequentam o espaço também fora do horário das aulas. “A escola é o coração da comunidade da Vila 1º de Maio”, definiu a diretora.

 

Confira o vídeo da operação:

 
 
Pedido bloqueio de bens de investigados na operação Kilowatt

Nove pessoas foram presas por suspeita de irregularidades em obras no RS

Após a operação Kilowatt, deflagrada pela Delegacia Fazendária (Defaz) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, os delegados Joerberth Pinto Nunes e Daniel Mendelski Ribeiro pediram ainda à Justiça o bloqueio de bens e ativos financeiros dos investigados, incluindo imóveis e veículos, visando um eventual ressarcimento dos prejuízos causados ao erário público. Todos os servidores estão sendo afastados de seus cargos. O inquérito tem 30 dias para ser concluído. Os suspeitos poderão ser indiciados por corrupção ativa e passiva, peculato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e crime licitatório.

Nove pessoas, entre servidores e empresários de três empresas do setor da construção civil e elétrico, foram presas por suspeita de crimes contra a administração pública através de fraudes em licitações, realização parcial ou nenhuma de obras contratadas e superfaturamentos em seis obras em três instituições públicas estaduais, que juntas somam R$ 12 milhões e foram realizadas em 2008 e 2009. Quatro dos oito presos são servidores públicos, incluindo o diretor de um órgão público e os responsáveis pela fiscalização das obras.

Os agentes apreenderam documentos, agendas, celulares, que serão agora periciados, e cerca de 50 mil dólares e mais de R$ 5 mil em dinheiro, de origem ainda não esclarecida. Dois revólveres calibres 32 e 38 também foram recolhidos. Houve o cumprimento de 34 mandados de busca e apreensão e de outros oito mandados de prisão temporária em residências, empresas e órgãos públicos em Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Nova Petrópolis, Canela e Ivoti, além de Campinas e Limeira, ambas em São Paulo.

 
Correio do Povo

Quem são os oito presos da Operação Kilowatt Polícia Civil/Divulgação/Polícia Civil/Divulgação

Imagem aérea feita pela Polícia Civil mostra o telhado da Escola Estadual Professor Oscar Pereira, em Porto Alegre, que teve apenas as beiradas reformadas Foto: Polícia Civil/Divulgação / Polícia Civil/Divulgação

 

 

Entre os oito suspeitos presos pela Operação Kilowatt, deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira, estão empresários, engenheiros da Secretaria de Obras e uma coordenadora regional de Educação.

Confira a lista dos detidos:

- Newton Lux e Caroline Lux, marido e mulher, empresários, donos da Porto Redes Construções e Instalações

- Jean Carlo Ferreira do Amaral, engenheiro e fiscal da 2ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas, em Novo Hamburgo

- Paulo Pinheiro Coelho, engenheiro e fiscal da 2ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas, em Novo Hamburgo

- Gilberto dos Santos Rucks, titular da 2ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas, em Novo Hamburgo

- Rosana Maria Rodrigues Santos, coordenadora regional de Educação de São Leopoldo

- Fernando Augusto Brinckmann Oliveira

- Ricardo Gonçalves Friedrich

 

Zero Hora está tentando entrar em contato com os advogados dos suspeitos presos.


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