A expectativa de toda pesquisa na área educacional é orientar a tomada de decisões e impactar sobre as iniciativas desenvolvidas por governos e outras agências envolvidas com a oferta de Educação. Mas será que as investigações realmente influenciam, direta ou indiretamente, na formulação de políticas públicas nesta área?

A fim de responder a essa e outras questões, a Fundação Victor Civita (FVC), em parceria com o Itaú BBA e a Fundação Telefônica, realizou um levantamento – sob o comando de Sofia Lerche Vieira e Eloísa Maia Vidal – focado nas convergências entre 25 pesquisas nacionais e internacionais e as políticas públicas implantadas no Brasil entre 2006 e 2012.

Dos trabalhos analisados, 15 são da FVC e tratam de assuntos como a carreira docente, as avaliações externas, a formação inicial e continuada e os desafios de todas as etapas da Educação Básica. Outros cinco estudos nacionais e cinco internacionais completam a amostra.

Entre as principais convergências encontradas nos estudos examinados, estão:

• A docência é questão central na agenda das mudanças bem sucedidas;

• A avaliação externa induz mudanças na cultura escolar;

• O clima escolar é uma variável constante em sistemas e escolas que obtiveram êxito na melhoria do desempenho escolar;

• O acesso à Educação Infantil é fator de diferenciação no desempenho escolar;

• O papel dos pais na melhoria da qualidade é tema a ser mais bem conhecido.

A partir daí, as pesquisadoras destacam os principais problemas ligados à Educação e as possíveis soluções. E, como resultado, chegam a oito propostas para a área e apresentam recomendações para futuras pesquisas que possam vir a subsidiar a formulação de políticas com potencial de êxito em diversos âmbitos da oferta de Educação pública no Brasil.