O desmonte do IPEA
DILMA E O DESMONTE DO IPEA
De Gilberto Maringoni
Há exatamente um ano a presidenta Dilma Rousseff decidiu desmontar o brilhante trabalho feito por Marcio Pochmann à testa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Marcio revolucionara a gestão do órgão, entre 2007 e 2012. As pesquisas e publicações aumentaram acentuadamente e o Instituto realizou inúmeros estudos para outros poderes da República, bem como para estados e municípios.
O órgão despontava como a principal instituição de pesquisas da América Latina. O movimento social recebeu especial atenção. Cursos para jornalistas e lideranças foram ministrados e um grande debate foi articulado, envolvendo dirigentes políticos e sociais, acadêmicos e o público em geral, nas Conferências do Desenvolvimento, realizadas a partir de 2010. Uma missão especial foi estabelecida na Venezuela. O plano era instalar representações em vários países do continente e escritórios em diversos estados brasileiros.
O financismo que marcara gestões anteriores perdia espaço. Um corpo técnico extremamente competente – vitaminado por um concurso público que não ocorria havia mais de uma década - arejou o quadro funcional. Houve ampliação grande na concessão de bolsas de pesquisa (tive a felicidade de ser bolsista na instituição).
Mas acabou. Dilma decidiu interromper o projeto.
Um órgão pautado pelo desenvolvimento e que se abria para demandas sociais não tem lugar em um governo que centra sua ação em privatizações, desonerações, favorecimentos e lassidão em relação ao grande capital.
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