Piso Salarial Nacional do Magistério – 2013

Piso Salarial Nacional do Magistério – 2013

Márcia Godoy

 

Marcia Godoy

Há poucos dias, foi anunciado o reajuste de 7,9% para o piso salarial nacional do magistério, que subiu inimagináveis R$ 116,00, alcançando o inacreditável valor de R$ 1.567,00, ou 2,31 salários mínimos. O reajuste foi menor que os 9% do salário mínimo, desvalorizando o profissional de educação em relação a todas as outras categorias. Simples assim.

A lei que institui o piso salarial nacional do magistério foi sancionada pelo Presidente Lula em 2008. À época, o Ministro da Educação era Tarso Genro, um dos alicerces do PT, que depois foi Ministro da Justiça e hoje é Governador do Rio Grande do Sul. Sempre houve muita reclamação contra o piso salarial nacional do magistério, até por parte de integrantes do próprio PT, partido que governa o Brasil há 11 anos.

Segundo os insatisfeitos, o piso salarial nacional para o magistério pode onerar os orçamentos dos Estados e Municípios. No ano passado, entre os reclamantes estava, justamente, Tarso Genro que, por estar Ministro da Educação em 2008, assinou a dita lei. Este ano, o atual Ministro da Educação, Aloísio Mercadante, outro alicerce do PT, anunciou que ainda em 2013 pretende rever a lei do piso salarial nacional do magistério, porque o atual formato “tensiona” as contas estaduais e municipais. Segundo ele, “temos que ter crescimento salarial dos professores que seja sustentável, progressivo e compatível com os recursos orçamentários”.

Sustentável é um conceito que implica a sobrevivência das atuais gerações sem prejuízo das gerações futuras. Como, então, será possível garantir o futuro das próximas gerações, se os professores forem virtualmente levados à inanição? Será, mesmo, que pouco mais que dois salários mínimos para os responsáveis pela formação educacional de um povo inteiro é incompatível com os recursos orçamentários? Será, então, que devemos fazer o que sugeriu o Governador do Ceará, Cid Gomes, e deixar de pensar em salário, porque trabalhamos por amor?

Muitos professores brasileiros, a fim de manter as atuais gerações e garantir as gerações futuras, precisam cumprir dois ou três turnos de trabalho para não conseguir o sustento, quer dizer, precisam morrer de trabalhar para comer e, se puderem, alimentar os seus, mas sem se divertir, sem ter vida pessoal, sem investir na própria formação por falta de tempo e/ou de dinheiro...

Os definidores das políticas públicas devem conhecer o estado atual da educação brasileira melhor do que eu, mera expectadora inconformada e crítica do quadro atual que vejo diante dos meus olhos. De minha parte, por mais que tente, não consigo compreender que um importante executor das políticas públicas educacionais questione uma conquista garantida à população pelo próprio partido que integra e que é o mesmo partido que estava no poder quando esta política pública foi estabelecida.

No passado, educadores eram respeitados, formavam opinião, lutavam por direitos inequívocos. Entretanto, hoje estão cabisbaixos pelo desprezo que lhes é dispensado, não são mais ouvidos e sofrem deboches quando reivindicam direitos inequivocamente mínimos; mínimos, mesmo.

Muito grata.

Assista o video em
http://www.painelbrasil.tv/site/index.php?option=com_content&view=article&id=310%3Apiso-salarial-nacional-do-magisterio-2013&Itemid=285

 

 




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