Audiência pública sobre Ensino Politécnico

Audiência pública sobre Ensino Politécnico

Elizabeth Mor Malossi

Quem consegue dormir depois de participar de uma audiência pública na Câmera de Vereadores de Erechim para discutirmos o Ensino Politécnico instalado no Ensino Médio do RS.

Não sei se é indignação pelo contexto ou contentamento de ver o número expressivo de alunos e a forma com o qual se pronunciaram na tribuna. Se à intenção do Politécnico é formar cidadãos, em parte está conseguindo, pois há muito tempo não via a participação estudantil em movimentos reivindicatórios. Tomara que não haja retaliação.

Bem, vamos a partes. Estou aqui fazendo uma retrospectiva. Construí minha história de vida em torno de lutas e participação sindical em prol Educação. Entra governo, sai governo e nós professores da rede pública, tentando segurar as pontas frente cada “ideia” proposta por diferentes partidos que passaram pela Secretaria de Educação. Eu sempre ao lado dos “companheiros” acreditava que quando chegasse a nossa vez, tudo seria diferente. Nem preciso dizer o que está acontecendo. Mas está ficando cada vez mais claro que só vamos conseguir reconstruir o ensino público, se tornarmos a Secretaria da Educação não mais um cargo político, mas sim um espaço ocupado por professores especialistas acompanhados pelas mais reconhecidas Universidades, onde a reconstrução se desse com a participação de toda comunidade escolar (alunos, pais, professores, funcionários...) e não fosse mais interrompida com a troca de governo. A participação do governo deveria ser na valorização desta entidade educacional, remunerando de forma justa os profissionais da educação e repassando para escolas o que é de direito, o índice estabelecido para educação.

Talvez devesse falar mais da audiência que me fez perder o sono, mas penso que você deveria assisti-la no momento que a câmera disponibilizar pela internet.

Estou me aposentando, considero como parte da minha carreira profissional a participação sindical. Desde que iniciei faço parte do CPERGS e digo hoje aos colegas novos o quanto é importante esta participação. Ali você será sempre professor (funcionário) defensor daquilo que é de direito e não estará atrelado a mando de partidos ou de governo. Se você for correto, não há ninguém que possa tirar o que é seu. Podemos perder salário, mas nunca perderemos nossa dignidade, nossa postura e nossa posição como bons profissionais da educação. O reconhecimento dos alunos é nossa principal valorização.

Não deixe que ninguém tire de você a motivação, a paixão a vontade de ser “professor”. Somos nós que podemos trazer de volta os jovens para as licenciaturas. Vamos ensinar que ser professor é ser mestre de todas as profissões e que se nos impusermos não terá partido político que nos tirará isto.

Não deixem de denunciar, mas principalmente, não se acomodem.

A EDUCAÇÃO PRECISA DE NÓS PROFESSORES.

Retirado do face




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