A crise cultural e o Professor

A crise cultural e o Professor

Circe Maria Mondadorei Lisiak

Imprescindível registrar que autoridades brasileiras “se esquecem” de uma das piores crises que a sociedade enfrenta: a crise cultural. Esta ocorre quando as ideias e os valores morais são questionados ou ignorados, fazendo com que o ideário político, científico, econômico e social - referenciais para a postura humana, tornem-se inconsistentes frente aos problemas criados por uma nova realidade que se configura.

A “crise cultural” evidencia-se, especialmente, através da desvalorização do papel do professor, além da banalização e desgaste desse ser humano profissional, haja vista ser inquestionável que a Educação Escolar gera saber e conhecimento.

A UNESCO aponta evasão considerável de professores que não suportam mais o descaso das “autoridades” direcionado aos profissionais da educação. O MEC mostra uma queda de 50% na formação de professores. E o Governo Federal tenta convencer o cidadão a ingressar em um curso superior de licenciatura para ser Professor.

Há décadas, passa-se por contínua desvalorização do professor, eis que tratado como se fosse inimigo da sociedade. Se a educação escolar e os educadores fossem, realmente, respeitados e valorizados, tem-se plena convicção de que teriam representatividade junto aos poderes constituídos para ajudar a construir uma nação forte, esclarecida, de franco e soberano progresso.

Constata-se que inexistem comentários e ações no interior dos parlamentos municipais, estaduais e federais sobre melhorias necessárias no campo educacional. Uma sociedade que negligencia seus mestres e a formação da juventude, não pode aspirar a um futuro promissor, criativo e próspero. As civilizações que inscreveram seus nomes na história foram construídas por homens ilustres, compromissados com o saber e a cultura.

Quando daremos o devido valor, ou simplesmente, perceberemos a importância da educação na formação da uma sociedade? Todos deveriam saber e reconhecer que sem professores não há Educação.

Aristóteles dizia: “As sociedades instruídas são tão superiores às sem instrução, quanto os vivos são superiores aos mortos”.  Negligência aos professores é indicativo da direção para onde a sociedade está caminhando.

Se a sociedade insistir rumo à desvalorização do professor e desse ser humano profissional, esse personagem tão importante no seio social/moral logo se tornará um agente em extinção. Pelas condições precárias de trabalho e pelos salários aviltantes, é indubitável deduzir que a verdadeira vítima do processo é o professor.

Concordo com Lecy Brandão: “é na sala de aula que se forma um cidadão, na sala de aula que se muda uma nação. Na sala de aula, não há idade, nem cor, por isso aceite e respeite o meu Professor!"

É pelo Professor que a Educação Escolar de Qualidade germina o Saber e armazena o Conhecer!

“Batam palmas pra ele, que ele merece!”

CIRCE MARIA MONDADORI LISIAK é Professora

* Artigo publicado no jornal Folha Espumosense, de 23 de março de 2013


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