O resgate da profissão docente
Antônio Dias Neme
O resgate da profissão docente vai muito além da mera luta por miúdos centavos no holerite. "Humilhar é mais que odiar. A humilhação consiste em expor ao ridículo tanto quanto possível." (Herbert Nier Koughron)
Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes. (Marquês de Sade) Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor. (Johann Goethe)
A condição de trabalho do professor da escola pública no Estado de São Paulo se encontra entre o desprezo do Poder Público e as condições insalubres e violentas no interior do seu ambiente de trabalho aliada à baixíssima remuneração.
Para justificar o forte arrocho salarial que vem sofrendo a categoria docente nos últimos anos, são exemplos de políticas “meritocráticas” implantada pela Secretaria de Educação (SEESP): a implantação de bônus por desempenho e a quebra a isonomia salarial com a aplicação de provas de caráter questionáveis vinculadas a algum percentual no aumento na renda do professor.
Um conjunto de políticas de açoite e opressão contra os profissionais da educação a partir de doutrinas neoliberais que vêm se orquestrando nos últimos anos na rede de educação pública do Estado de São Paulo. Responsabilizar os professores pelo caos na rede pública e deixar cada vez mais difíceis as condições de trabalho e sobrevivência dos docentes.
É importante frisar sobre os sistemáticos processos de humilhação dos professores contratados (os chamados OFAs/ACTs) que a cada ano convivem com a insegurança de sua vida funcional.
A humilhação continua na oficialização do arrocho salarial da categoria docente e imposição sistemática de provinhas para conquistar um ilusório aumento salário.
Destaca-se que nenhuma categoria de servidores públicos do Estado brasileiro passa por vexame humilhante.
O resgate da profissão docente vai muito além da mera luta por miúdos centavos no holerite. O processo de construção do sujeito histórico esta na raiz da intervenção que o homem é faz dentro de sua arquitetura de mundo.
Aproxima-se o dia que o acúmulo de derrotas cria estafa e somente uma vitória valorosa poderá saciar a vontade de continuar vivo dentro do processo.
O chamado para a batalha é o clamor para a própria sobrevivência.
OPINIÃO ASSINADA PELO PROFESSOR ANTÔNIO DIAS NEME