Escrever não é tarefa fácil
Escrever não é tarefa fácil
Augusta Aparecida Barbosa
É preciso dedicação entendimento, muita leitura e uma boa dose de estímulo. Aprender a usar as palavras pode facilitar a vida de uma pessoa. Mas para isso é necessário que se tenha certa bagagem, conhecimento a respeito do mundo e muita vontade.
De um estudante do ensino médio espera-se o mínimo dessa experiência e motivação para construir textos coerentes e adequados. Por isso, é “estranho” que textos apresentados para a prova do ENEM tenham sido construídos de forma tão desleixada. Percebe-se que os estudantes ou são absolutamente despreparados ou debocharam.
E eu não sei o que é pior! Pois ambos denigrem a capacidade de ensinar. Afinal, alguns profissionais estão se dedicando.
Será que são estes autores os que deverão escrever os novos textos para ordenar o país? As próximas leis? É mesmo isso que uma Universidade espera dos estudantes que pretendem se especializar? Como uma pessoa que se diz universitária pode não conhecer a própria língua?
Como professora, lidando com adolescentes pré-vestibulandos percebo que, na verdade, muitos precisam apenas de orientação para estudo e leitura. Infelizmente, para uma parte dos professores é mais fácil dizer que o jovens não gostam de ler, do que orientá-los.
É claro que os responsáveis não são só os professores que não estimulam. Os diretores de escolas ou pais que não se importam com o desempenho intelectual, mas apenas com as notas satisfatórias dos alunos, também contribuem para o processo de “não gostar de ler” e de rejeitar o conhecimento.
Sinceramente, penso que as correções das redações do ENEM foram no mínimo equivocadas e que um professor que queria formar não pode admitir tal processo de zombaria.
Opinião assinada pela professora e coordenadora do cursinho do XI, Augusta Aparecida Barbosa, especialista formada em Letras pela USP.
SECOM / CPP