Novas competências? Que competências?

Novas competências? Que competências?

Novas competências? Que competências?

Anderson Duarte 



Que a tecnologia é importante e está revolucionando a educação, ninguém duvida – e já até foi tema da primeira desta série especial de matérias. Mas duas competências importantes e que devem ser destaque em 2013, preveem parceiros e fontes do Porvir, são a habilidade com as relações humanas e o empreendedorismo. “É um caminho sem volta, com os jovens buscando tomar as rédeas do futuro de uma forma menos dependente das corporações e de grandes capitais”, diz Carla Mayumi, do coletivo Educ-ação.


E para que os alunos do século 21 sejam preparados adequadamente para o mundo que os espera, as escolas deverão repensar seus modelos e apostar em formatos mais livres, que coloquem o aluno no centro, extrapolem os espaços das salas de aula e dialoguem com a comunidade. Nessa tentativa, alguns temas se repetem e até se misturam como a perspectiva de tendência para o ano que vem: o ensino pernalizado e o ensino híbrido, o aprendizado baseado em games e projetos. Veja, a seguir, as previsões apontadas por nossos especialistas e… nos vemos em 2013! 

 

“Acreditamos nas relações humanas primordiais, associadas às novas descobertas e facilidades tecnológicas. Aquelas relações que permitem trocas, diálogos, aprendizados mútuos e ampliação de horizontes. Relações que estimulam que cada um de nós possa vivenciar o nosso melhor, crescer em diferentes direções e, não importando o caminho, contribuir para tornar o planeta um lugar mais habitável, sustentável, generoso e equânime.”
Canal Futura

 

“Prevejo uma revolução na educação em 2013, a tão sonhada virada educacional vai acontecer, as escolas conhecerão a educação 3.0, as mídias tradicionais vão abandonar o preconceito e vão começar a criar juntamente com os professores, pois passará a ser uma tendência. Aos poucos esse movimento vanguardista levantará o povo, ávido por informações, para um novo mundo. A luta de todos os educadores inovadores, acadêmicos, projetos educacionais e sites, como o Porvir, poderá chegar a um futuro promissor, e vamos juntos começar a ver as plantas crescerem das sementes que plantamos até então.”
Rodrigo Araújo- Professor de história



“O tema empreeendedorismo vai virar um assunto cada vez mais importante nas escolas e universidades. É um caminho sem volta, com os jovens buscando tomar as rédeas do futuro de uma forma menos dependente das corporações e de grandes capitais. Acredito que isso vai se ampliar a partir do movimento atual das startups digitais, com as iniciativas e projetos dos jovens para empresas não-digitais expandindo também.”

Carla Mayumi- Educ-ação


“É um futuro inquietante, aberto a novas possibilidades, de tentativa e erro, que coloca em xeque todos os conceitos de aprendizado tidos como exemplares. Um mundo mais democrático, em que faculdades deixam de servir somente à elite e abrem seus conteúdos para a rede. Um mundo em que o medo de ficar para trás é constante, em que startups de educação surgem e ficam gigantes da noite para o dia, de que eu e você certamente iremos sentir orgulho de termos participado.”
Equipe Polinize


“Acredito que muitas escolas – as de ‘cabeça mais aberta’ – vão começar a experimentar novas ideias. Por exemplo, uma escola de ensino médio pode começar a trabalhar mais com conteúdos extra acadêmicos fora do horário tradicional.”
Carla Mayumi - Educ-ação


“Os debates devem se tornar mais acirrados quando o assunto for aprendizagem. De um lado, os defensores do triângulo formado por avaliações nacionais baseadas em provas teste/currículos prontos/bonificação por desempenho aos professores. De outro, os que buscam a autonomia da escola para elaboração de projetos pedagógicos que promovem sociabilidade, curiosidade e experimentação, garantindo o desenvolvimento de habilidades, atitudes e talentos. Novos atores deverão entrar neste debate.”
Helena Singer- Aprendiz


“Duas dicas para o ano que vem: GEA (Ginásio Experimental de Artes), escola vocacionada em artes visuais que terá um convênio com o MAR (Museu de Artes do Rio) que será inaugurado este ano. E o Ginásio Experimental do Samba, escola de tempo integral para 2o seguimento (7o ao 9o  ano) vocacionado para música. Além das eletivas os alunos terão aula de protagonismo juvenil e projeto de vida baseado nos princípios do professor Antônio Carlos Gomes da Costa para desenvolverem as habilidades cognitivas.”
Beatriz Novaes- Secretaria Municipal de Educação do Rio Janeiro


“Acho que uma coisa que está crescendo cada vez mais são os espaços de experimentação, no caso de Chicago, por exemplo, com as charters. Muitas empresas e organizações estão abrindo escolas e inovando na missão, visão, currículo. O que empurra o mundo e traz novas soluções para as escolas públicas também, para todos. Temos que levar a experimentação para o currículo no dia a dia. Temos que pensar enquanto estamos fazendo. Para sermos mais rápidos nessa experimentação, colocar isso dentro da educação para que o ensino mude junto com as demandas da sociedade, assim como fazem as empresas, de forma orgânica.”
Stefan Weitz- Bing


“O conceito de ‘project-based learning’ vai crescer, principalmente nas universidades, mas também no ensino médio.”
Carla Mayumi - Educ-ação


“Acho que umas das coisas que ainda estará sendo discutida é a necessidade de se ensinar novas habilidades, pensamento crítico, resolução de problemas, comunicação etc. E entre elas, principalmente, a habilidade de aplicar esses conhecimentos. Saindo do academissismo e da memorização e indo mais para a prática. Também estamos caminhando para um aprendizado por experimentação, por uma visão completa do aluno, incluindo saúde fisica e mental e também trazendo um maior engajamento dos pais na educação, na escola.”
Sarah Elizabeth Ippel - AGC


“Um grupo de jovens do Ensina (TFA Brasil), criou uma academia para alunos da rede publica de 9o ano. Não só eles dão aulas de reforço e tiram dúvidas para ajudarem aos jovens do 9o ano a passarem para boas escolas de ensino médio, como também fazem uma espécie de tutoria, mostrando as alternativas interessantes de ensino médio como também orientando os jovens nas suas escolhas.”
Beatriz Novaes - Secretaria Municipal de Educação do Rio Janeiro



“O desafio está em transformar a escola, instituição do ocidente moderno, em espaço de promoção do pluralismo ou, ainda melhor, de inclusão das diferenças, da construção de um novo conhecimento e uma nova cultura voltada para a paz, o respeito e a sustentabilidade. Certo é que para se tornar esta instituição promotora da democracia, a escola precisa se transformar. O sentido desta transformação deverá se tornar mais claro nos próximos anos: maior envolvimento entre escola e comunidade, com o aumento de políticas públicas que promovam parcerias das escolas com a família, as empresas e organizações da sociedade civil. E também formas de tornar a escola central na vida comunitária, ali sediando bibliotecas, serviços sociais e outros equipamentos públicos, de modo a fazer com que pais e vizinhos a frequentem.”

Helena Singer - Aprendiz


“Deveremos ver também, nos próximos anos, o fortalecimento do ensino domiciliar e de outras experiências educativas em ambientes não escolares, onde as crianças estão livres para brincar e interagir, compartilhar materiais e as suas descobertas. Os recursos digitais vão facilitar muitas experiências educativas baseadas na liberdade para explorar, mesmo sem intensa supervisão.”
Helena Singer - Aprendiz



“Os jogos crescem de forma diversa e alguns dos mais utilizados para propósitos educacionais incluem jogos de realidade alternativa, jogos multiplayer e jogos de consciência social global. A maioria dos jogos que são utilizados atualmente para o aprendizado por uma variedade de disciplinas compartilham qualidades semelhantes: todos eles possuem uma meta, têm fortes componentes sociais e simulam um tipo de experiência de mundo real que os alunos julgam relevante para sua vida.”
Anderson Duarte - Redu


“Em 2012, tive a oportunidade de ouvir algumas das maiores autoridades do mundo em educação. E praticamente todos concordam que o futuro das escolas é um processo mais livre e divertido. Por exemplo: o sistema educacional da Indonésia está preparado para usar aparelhos de EEG (eletroencefalograma) da marca Neurosky. Assim, a escola medirá o nível de atenção e relaxamento de cada aluno, oferecendo desafios personalizados a cada um. E o melhor: o aprendizado acontecerá através de jogos e brincadeiras, num clima muito mais leve. Dessa forma, a escola consegue despertar a curiosidade das crianças e respeitar a velocidade e os interesses de cada um.”
Tiago Mattos - Perestroika


“Acho que em 2013 a grande tendência será a ideia do blended learning. Durante 2012 a discussão sobre cursos online e a questão dos cursos free tomou conta da mídia nos Estados Unidos, além disso, a diminuição dos custos das plataformas virtuais vai repercutir fortemente aqui em nosso país também.”
Gustavo Borba - TEDxUnisinos


“Prever o futuro em um mundo tão inconstante como o de agora é uma tarefa desafiadora. Mooc, crowdsourcing, flipped classroom, adaptive learning são exemplos de como os acontecimentos no mundo digital são hiper rápidos e de como o ser humano é criativo para resolver problemas, sendo um deles o do aprendizado.”
Equipe Polinize


“Acho que a gamificação na educação será um tema ainda em 2013. Temos muitos projetos surgindo e crescendo. Outra área que eu vejo como forte tendência é a de formação para os professores, novos cursos para formar esse professor com um novo papel. Acho que até mesmo o flipped classroom vai crescer no país, não só usando a tecnologia como faz a Educopedia, a Khan Academy, mas também professores que cobram a leitura de livros ou de conteúdos em casa e usam a sala de aula para dúvidas, trabalhos etc.”
Rafael Parente - Secretaria de Municipal de Educação do Rio de Janeiro


“Os movimentos de recursos educacionais abertos refletem uma mudança de que a informação está em todo lugar e trazem como desafio a utilização eficiente dela. A questão não é apenas o compartilhamento da informação, mas o compartilhamento de experiências. O movimento também é uma resposta aos custos crescentes de recursos tradicionalmente publicados e a falta de recursos educacionais em algumas regiões.”


Anderson Duarte
Redu


http://porvir.org




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