Idéia para revolucionar o ensino de Matemática
ÓTIMA IDEIA PARA REVOLUCIONAR O ENSINO DE MATEMÁTICA
Declev Reynier Dib-Ferreira
Vamos ensinar a Matemática do Governo?
Para os empresários:
2 + 2 = 4
Para o povo:
2 + 3 = -5
Esta realmente é uma ótima ideia para revolucionar o ensino de matemática!
Veja esta figura, que retirei do Facebook:
Quiçá a educação passe a ser um pouco mais politizada e os alunos saiam do ensino básico mais preparados a olhar praqueles que estão no poder.
E, quiçá, votem mais conscientes.
Mas, vou além da sugestão da imagem – segundo a qual as “provas” deveriam ser assim.
Acho que o ensino da matemática deveria ser praticamente prático, analisando-se, sempre, casos absurdos e reais do Brasil dos Absurdos.
Por que não ensinar as operações matemáticas baseando-se em casos notórios e reais, na medida do possível?
Ofereço um exemplo para potencializar a imaginação dos professores desta disciplina. Os números são fictícios, da minha cabeça, mas poderiam muito bem ser verdadeiros, conseguidos através de alguma pesquisa:
Motorista de ônibus com dupla função e recebimento de dinheiro público
Dados:
Um empresário é dono de uma frota de 150 ônibus.
Cada ônibus recebe em média 600 passagens individuais no valor de R$ 2,75 cada uma, diariamente.
Deste valor, uma média de 30% é pago pelo governo, com o dinheiro dos impostos da população, por conta do “Cartão Carioca”, que dá descontos nas passagens.
Este empresário também recebe 8 milhões por ano em isenção de impostos, o que corresponde a 50% dos impostos que teria que pagar ao governo.
A empresa dele conseguiu diminuir em 25% os custos com seus empregados, despedindo trocadores e obrigando os motoristas a fazerem de tudo dentro do ônibus: dirigir, receber o dinheiro, dar o troco, tomar conta das duas portas de entrada e saída…
[Com estes dados, o professor trabalharia questões de porcentagem e as operações básicas]
Quanto o empresário lucrou?
Quanto deste lucro provém do dinheiro público desviado para ele?
Quantos empregados foram despedidos, considerando-se que ele utilize 300 ônibus simultaneamente?
Considerando-se que o empresário “ganhou” 20 anos de concessão pública para prestar um serviço de boa qualidade – coisa que não faz – quanto ele lucrará nestes 20 anos?
E por aí vai.
Só com este exemplo poder-se-ia estender a história, incluindo novos dados, novos números, inserindo outras operações matemáticas, como, por exemplo, frações.
Outro exemplo:
Maquete do maracanã
Dá-se dados do maracanã e da obra, dados dos custos, das cadeiras luxuosas, etc.
Faz-se os alunos construírem, em grupo, maquetes do estádio, utilizando escalas verdadeiras, obrigando-os a fazerem cálculos, utilizarem medidas, etc.
Nesta maquete, eles teriam que fazer pesquisas sobre preços e relacionar estes com os gastos realizados pelo governo.
No final, deixar claro que, depois de todo este “investimento”, de mais de 1 bilhão de reais no estádio do maracanã, ele será presenteado à iniciativa privada, para ganhar dinheiro com ele.
Pode-se, até, ir além, calculando os valores que a iniciativa irá lucrar com o estádio, e por aí vai.
O que acham?
Alguém tem novas ideias?
Abraços,
Declev Reynier Dib-Ferreira
Revoltado
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