Uma entidade acima dos comerciários e das leis
Uma entidade acima dos comerciários e das leis vigentes
Oscar Andrades
Ofendendo de forma gritante as regras que regem o funcionamento de uma entidade sindical no País, as leis, atentando contra os Sindicatos filiados que formam o seu Conselho de Representantes e, principalmente, a categoria em geral, a Federação dos Comerciários de Santa Catarina (Fecesc) abriu as suas portas para que uma agremiação política fizesse um ato de protesto em suas dependências. De acordo com o insuspeito jornalista Moacir Pereira, em sua coluna diária do Diário Catarinense, "a motivação em manchete nos folhetos do convite anuncia “Ato/Debate em defesa do PT e contra a criminalização dos movimentos sociais” .E acrescenta: "Na realidade, a própria nota denuncia o propósito do evento: “Neste momento, erguemo-nos em defesa das lutas, dos movimentos e militantes sociais agredidos pela judicialização da política e a politização do judiciário”.
Há muito, entidades sindicais têm se transformado em verdadeiros braços de partidos, como se tudo fosse junto e misturado...
Não é assim e, legalmente,uma entidade está impossibilitada de agir de forma tão vil.
Há poucos dias, na Bahia, líderes sindicais ligados à NCST, na chamada Carta de Salvador, abordaram a questão de forma muita clara e diferenciada no que tange a força de um pleito, desde que se respeite determinados princípios.
Eles foram claros:
- É preciso manter a postura, abstendo-se de qualquer envolvimento partidário, atuando com independência e autonomia, linha que sempre pautou nossas lutas com vistas aos objetivos da unicidade, do desenvolvimento e da justiça social.
A partir desta "abertura", a FECESC perdeu a moral para falar com tal envergadura ou autoridade, pois é simples concluir que está politicamente comprometida com uma agremiação partidária como um todo, embora, como ressalta Moacir Pereira, o PT de Santa Catarina, por todos os documentos contidos no processo criminal do mensalão, ficou fora do maior escândalo politico-administrativo da história brasileira".
Pouco importa isto.
A Federação dos Comerciários catarinenses perdeu a legitimidade da representação e saiu da posição de entidade de segundo grau para um odioso e lamentável lixão, onde não há manejo e, por isso, ao fugir do controle das leis básicas, pode explodir a qualquer momento pelos gases gerados pela decomposição.
Por derradeiro,estranha-se o silêncio das autoridades sempre ciosas em fiscalizar as leis e o comportamento humano. Brincando, alguém diz que elas não leem o Moacir Pereira, mesmo o DC estando em plena campanha promocional de assinaturas, a um cisto de apenas R$ 29.90...