Cada vez mais difícil

Cada vez mais difícil

Cada vez mais difícil 

Luiz Gonzaga Bertelli


Entre ano, sai ano e os índices de qualidade de esnino continuam patinando em patamares nada agradáveis. O último levantamento com esses dados, divulgado pelo governo de São Paulo, mostra que o número de estudantes da rede estadual com conhecimento insuficiente no ensino fundamental aumentou em 2012.

A base vem do Saresp - sistema de avaliação que mede o rendimento escolar em provas de português e matemática. De acordo com o levantamento, houve um aumento de 7% na proporção de alunos com índices abaixo dos conhecimentos básicos em matemática no quinto ano do ensino fundamental, ou seja, com domínio insuficiente dos conteúdos para a série em que se encontram. Nas outras turmas avaliadas - nona do ensino fundamental e terceiro ano do ensino médio - houve estagnação dos resultados.

Os dados mostram que ainda existe urgência na aplicação de políticas públicas eficazes para melhorar efetivamente a qualidade de ensino público do estado. E é uma necessidade verificada em todo o país, que precisa se tornar cada vez mais competitivo no cenário mundial. A baixa qualidade intelectual dos estudantes já afeta até o mercado de trabalho. Com deficiências claras em disciplinas como matemática e ciências, temos verdadeiros apagões de mão de obra em áreas essenciais para o desenvolvimento, como na engenharia e nos setores de tecnologia.

Para amenizar a situação e dar melhor formação aos estudantes, o governo federal criou o programa Ciência Sem Fronteiras, para que estudantes brasileiros, principalmente das áreas de ci~encia e tecnologia, se aperfeiçoassem em cursos consagrados no exterior. No entanto, outra deficiência escolar foi detectada: o baixo conhecimento de língua estrangeira; o que obrigou a diminuição das exigências na seleção dos candidatos.

A situação nada confortável precisa de uma solução rápida. É evidente que não existe saída mágica, mas estamos atrasados e perdendo uma oportunidade ímpar no cenário mundial. O Brasil tem tudo para crescer e confirmar-se entre as nações mais desenvolvidas do planeta, mas para isso terá de consolidar uma educação eficiente. O que parecia ser a missão mais simples, está se tornando cada vez mais difícil.

Por Luiz Gonzaga Bertelli é presidente-executivo do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE, da Academia Paulista de História - APH e Diretor da FIESP.

 

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