Maquiagem nos índices de aprovação
Cleusa Werner
Alegando o baixo nível do IDEB a Secretaria de Educação através das CREs “orienta...” as Escolas de ensino Médio deste Estado a desenvolverem projetos de “recuperação” dos alunos reprovados no último ano letivo.
Bem sabemos que os alunos reprovados por nossas escolas são submetidos, como previsto pela legislação, a estudos de recuperação durante o período letivo e, para aqueles que encontram dificuldades em construir uma aprendizagem considerada pré-requisito para outro nível de conhecimento, são oferecidos trabalhos suplementares, reforço ou grupos de apoio, ou até mesmo, se ao aluno faltarem poucos pontos para galgar determinado conhecimento e a reprovação se der em uma das matérias de uma das áreas de conhecimento, o conselho final de professores, analisa cada caso, em particular e, também promove muitos alunos, ou seja, não reprovamos porque queremos, mas, por que o aluno não demonstra condições de acompanhar o conteúdo da série do ano seguinte, por não ter atingido os objetivos mínimos para a série do ano da reprovação. HI
Desconsiderando toda a vivência escolar e até mesmo a autonomia da Escola e a do professor que estudou longos anos de nível superior e é investido ao cargo pela qualificação que deve demonstrar em provas e títulos, o Governo quer maquiar a realidade das escolas e quer que aprovemos a todos os alunos desprestigiando o esforço da maioria dos alunos que são aprovados por mérito próprio.
O que se pretende é maquiar a realidade? Bem se sabe das limitações que temos. As Escolas que não tem recebido os 35% de investimento mínimo previsto constitucionalmente. Nas escolas faltam professores, funcionários e pessoal de apoio. Quando a sociedade avança no desenvolvimento tecnológico, nossos professores reclamam a reforma do quadro verde desgastado, pelo tempo de uso, do qual os alunos não conseguem visualizar as anotações dos professores. Escola onde bravos trabalhadores convivem com fiação exposta oferecendo riscos ou com goteiras e buracos e tem que dar conta da sociedade por amostragem com seu lado bom, mas, em sua grande maioria, por atender os filhos dos trabalhadores do Brasil com todas as faces da exclusão social e com todas as suas linguagens simbólicas de dizer não a essa realidade.
Não bastasse os incessantes ataques da mídia burguesa tentando justificar a desvalorização dos educadores e as “vistas grossas” para o descumprimento das leis, por parte do governo, no caso específico do piso, agora, mais esta estratégia de manipular índices e empurrar a culpa pela falta de investimento na educação sobre os ombros dos trabalhadores.
Precisamos debater e achar soluções conjuntas para esta e todas as outras questões que ferem não só autonomia da escola, mas a cada um como profissionais da educação. Permitir que se efetivasse este ataque não só lesa a sociedade gaúcha, mas a todos nós que, como profissionais se quer, por este ato, desqualificar sua capacitação, conseguida, para a maioria, com muito estudo e longos anos de ensino superior.
DIA 08/03/2013-ASSEMBLÉIA GERAL
TODOS À LUTA!
Professora Cleusa Werner-Diretora 20º Núcleo do CPERS