O professor no espelho
O professor no espelho
O professor no espelho
O professor no espelho
Angela Maieski
Uma imagem vale por mil palavras. Velho ditado, mas, a qualquer tempo hodierno.
As Charges – com letra maiúscula, pois aprendi que nome próprio começa sempre assim, se bem que hoje alguém pode dizer que é “caixa alta” – são o reflexo da sociedade em um dado momento e merecem ter status de estrelas, assim como a maioria dos autores.Os chargistas são uma classe especial de artistas, pois conseguem resumir eventos e fatos, traduzindo realidades nos traços simples ou rebuscados, ora brincando com a tristeza, ora dramatizando a alegria. Por vezes, conseguem até congelar o tempo, tornando-se atemporais, se bem que essa não seja uma característica comum a elas.
Os chargistas não costumam priorizar um assunto. Usam todo e qualquer tema que seja atual, mas por vezes, sabe-se lá por que motivo oculto conseguem em uma imagem, relatar todo drama de uma categoria.As duas charges que ilustram o texto, utilizadas com a permissão do autor, refletem o drama, – ops… acho que vou trocar por “problema” para não ser dramática – que afeta a educação pública em alguns rincões desse imenso país de dimensões continentais .
O chargista desenha aquilo que a sociedade percebe ou a sociedade percebe aquilo que o chargista desenha?
O espelho reflete aquilo que está diante dele, ou,,, Não importa. Importante mesmo é que a situação exposta nas charges não é reflexo apenas da reclamação de professores, que de acordo com alguns, estão sempre reclamando, de barriga cheia.Se a ideias do chargista render frutos, ou melhor, cestas, parte do problema estaria resolvido, para alegria de uns, que com toda propriedade diriam: – reclamando de barriga cheia.
Por outro lado, difícil seria guardar os poucos alimentos, pois logo eles seriam sugados pelo sumidouro, já que não há piso capaz de deter a erosão do salário, ops…do solo amado da pátria Brasil.Professores são, portanto, vistos como pessoas de pequenas, mas bem pequenas posses.
Pose até fazem, todo dia diante do espelho, treinando a melhor expressão para não deixar transparecer a desilusão e continuar vendendo a ideia de que educação é a solução.
Solução para que? Para quem?
A educação é emancipatória? Não para o professor. A educação proporciona direitos? Não para o professor. A educação forma cidadãos? Não se for professor…Se fosse emancipado, seria um cidadão com direitos plenos, trilhando seu caminho sobre o piso bem pavimentado, por Lei.
Charges do Sinovaldo publicadas no Jornal ABC – 13/01/2013 e Jornal NH 15/01/2013
http://amaieski.wordpress.com/