Idese no RS
Idese do Rio Grande do Sul subiu 1,4% em 2014
Carlos Barbosa foi o município do Rio Grande do Sul com os melhores indicadores, segundo a pesquisa LEANDRO FACCHINI/LEANDRO FACCHINI/DIVULGAÇÃO/JC
Adriana Lampert
Mais de 90 municípios do Rio Grande do Sul apresentaram índice de desenvolvimento socioeconômico (Idese) acima de 0,800 em 2014, sendo considerados como de alto nível socioeconômico. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
De acordo com as estatísticas, o Estado cresceu 1,4% entre 2013 e 2014, aumentando seu índice de 0,747 para 0,757. O indicador que puxou este aumento foi o bloco Educação, com a pontuação de 0,697. "Possivelmente este resultado está vinculado à série de políticas públicas aplicadas no País nos últimos anos voltadas para a educação infantil, a exemplo da obrigatoriedade da pré-escola", observa o economista do Centro de Indicadores Econômicos Sociais da FEE, Thomas Hyeono Kang. Desde 2007, este último indicador (educação para população de faixa etária de quatro a cinco anos de idade), cresceu de 0,527 para 0,741 em 2014.
Segundo o especialista, com o resultado do Idese, o Estado apresenta nível médio de desenvolvimento socioeconômico - considerando a demarcação dos níveis em alto (maior ou igual a 0,800), médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (abaixo de 0,499). O Idese acumulado no Rio Grande do Sul desde o ano de 2007 chega a 8,5% - com um aumento médio de 1,2% ao ano.
O bloco de Educação o primeiro foi o que obteve maior aumento no Estado, crescendo 2,6% em relação a 2013, com índice de 0,697 em 2014. Neste período, o bloco Renda elevou o indicador em 1,3% em relação ao ano anterior (0,753), atingindo 0,763 em 2014.
Na classificação por municípios, Carlos Barbosa manteve a liderança já apontada em anos anteriores, com Idese 0,892 sendo seguida por Nova Bassano (0,867) e Água Santa (0,866). Porto Alegre ficou na 50ª posição do ranking, com índice de 0,819. Dentre os destaques negativos, a última colocação ficou com o município de Dom Feliciano (0,576), antecedido por Alvorada, também com Idese 0,576. "Alvorada é um caso bastante preocupante, porque é um município da Região Metropolitana com baixos índices em todas as dimensões, tanto em renda, quanto em saúde e educação", destaca Kang. Já no caso da capital gaúcha, o economista avalia que a cidade poderia ter melhores indicadores de saúde e educação (classificação foi de 0,825 e 0,724, respectivamente), uma vez que apresenta um índice de renda alto (0,909).
Conforme as estimativas populacionais da FEE, 20 cidades gaúchas têm mais do que 100 mil habitantes. Dentre esses, apenas cinco apresentaram índices de alto desenvolvimento (acima de 0,800) em 2014, como já tinha acontecido em 2013: Bento Gonçalves (0,841), Erechim (0,825), Santa Cruz do Sul (0,821), Porto Alegre (0,819) e Caxias do Sul (0,817). Kang observa que a Capital ainda tem muita desigualdade socioeconômica. "Existem bairros onde a política pública não chega como deveria, o que mostra que é necessário ser feito mais nas áreas periféricas."
No ranking dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Corede), a Serra (0,827), o Noroeste Colonial (0,826) e o Norte (0,805) atingiram os melhores índices do Estado. "Apesar de ter indicadores similares ao Corede da Serra no bloco Renda, o Corede Noroeste Colonial apresenta melhor desempenho no bloco Educação (0,755)", comenta o economista da FEE. Kang ressalta que os três Coredes mais desenvolvidos são regiões com boa renda, mas também com políticas públicas de saúde e de educação aparentemente bem aplicadas e com bons resultados.
Em todo o Estado, o bloco Saúde tem apresentado comportamento "relativamente estável". Em 2013, o índice desta área era de 0,809, passando para 0,813 em 2014. A maioria dos indicadores de saúde referem-se à mortalidade, onde o Estado geralmente tem bom desempenho. "O índice de saúde deixa o Rio Grande do Sul com uma das expectativas de vida mais altas do País", finaliza Kang.
- Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/06/economia/567062-idese-do-rio-grande-do-sul-subiu-1-4-em-2014.html)