Gestão e crise na Educação

Gestão e crise na Educação

Má gestão explica crise na Educação

"Nas discussões sobre a crise da Educação Pública Básica é preciso tratar, com grande prioridade, o grau de autonomia que têm diretores e professores", afirma jornal

Fonte: O Globo (RJ)  31 de julho de 2015

 

No universo de 5.700 municípios e 27 estados, é possível encontrar boas práticas, mesmo no mais distante subúrbio ou longínquo sertão, em escolas públicas que se diferenciam na crise do ensino básico brasileiro.

Reportagem do jornal “Extra” destaca o caso da Escola Municipal Tenente Góes Monteiro, de Santíssimo, na Zona Oeste carioca, capaz de alcançar quase um milagre: de um ano para o outro, 2013 para 2014, aumentou de nota no IDERio (Índice de Desenvolvimento da Educação do Rio) de 4,8 para 8,5, a mais elevada da rede. Além de ser a mais bem pontuada no município, obteve a melhor evolução entre todas: 88%.

Para dar uma medida de comparação, em um ano, a escola chegou a níveis além dos encontrados em países do Primeiro Mundo, cuja média de rendimento é estabelecida como meta para o ensino médio brasileiro, e apenas em 2020.

O jornal cita o exemplo de Alexandre Gustavo Baldez Timóteo, estudante da Tenente Góes Monteiro, 9 anos de idade, a maior nota individual no IDERio.

Chama a atenção que a escola, para dar este enorme salto, não adotou qualquer método novo, revolucionário. Apenas executou, com eficiência, o que recomenda a Secretaria de Educação carioca pelo menos desde 2009: adotar esquemas de reforço paralelo às aulas normais, para ajudar aqueles alunos que não conseguem acompanhar a turma. Um deles, Gustavo.

Outra providência, também incluída no manual da boa administração escolar, foi envolver a família dos estudantes no aprendizado dos filhos.

Não chegou sequer a ser grande empecilho à evolução pedagógica da Tenente Góes Monteiro a destruição de quatro das salas de aula por cupins. Os 318 alunos, matriculados no infantil e anos iniciais do ensino fundamental, foram remanejados, sem maiores prejuízos ao aproveitamento.

Conclui-se desta história edificante que boa parcela da responsabilidade da crise educacional brasileira deve ser creditada a gestores públicos, professores e políticos que governam estados e municípios.

Esta e tantas outras histórias semelhantes, em que escolas, independentemente de sua localização, são oásis de eficiência, provam que se conhecem as raízes da crise educacional e as fórmulas para solucioná-la. Falta forçar a sua aplicação.

Por que o modelo até óbvio da escola Tenente Góes Monteiro, de Santíssimo, não é replicado em toda a rede pública? Nas discussões sobre a crise da educação pública básica é preciso tratar, com grande prioridade, do grau de autonomia que têm diretores e professores. É preciso saber se ela é a mais adequada para se resolver a crise.

 

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