Fórum Permanente de ocupação
Secretário não comparece a reunião acordada com estudantes para desocupação de escolas
Débora Fogliatto
Uma das exigências dos estudantes que ocuparam mais de 100 escolas no Rio Grande do Sul durante cerca de um mês foi a criação de um Fórum Permanente de diálogo com a Secretaria de Educação. O segundo encontro aconteceria na manhã desta quarta-feira (27), às 9h, mas, o secretário Luís Antônio Alcoba de Freitas não compareceu à reunião e, segundo estudantes e o movimento de pais e mães que apoiaram a ocupação, eles teriam sido informados de que Alcoba “esqueceu” do compromisso.
A Secretaria de Educação confirma que o secretário não foi ao Fórum e afirma que a reunião foi remarcada para a quinta-feira da próxima semana, dia 4. Segundo a assessoria de imprensa, Alcoba foi “convocado” a ir a um evento de última hora, ao qual não pode deixar de comparecer, na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Não teria sido possível avisar a todos os participantes da mudança de agenda.
Em postagem no Facebook, o movimento Mães e Pais pela Educação criticou o secretário: “tinha algo mais importante a fazer no dia de hoje do que debater a educação: uma reunião na FIERGS! Aos estudantes presentes e a representantes do nosso movimento foi dito que ele, simplesmente, esqueceu dessa reunião”. Questionaram, ainda, se o governo irá cumprir a sua parte no que foi acordado na ocasião em que as escolas foram desocupadas. “Os alunos desocuparam suas escolas, estão recuperando as aulas atrasadas. E o governo, não cumprirá sua parte do acordo?”.
Paula Soares: teto prestes a desabar
Os pais e mães destacaram, ainda, que a verba destinada às obras emergenciais nas escolas já foi depositada, mas as reformas ainda não começaram. O mesmo foi dito ao Sul21 por estudantes de diversas escolas que receberam o dinheiro. Nesta terça-feira (26), a Escola Paula Soares recebeu um engenheiro que elaborou um laudo sobre a situação crítica do teto do último andar da instituição, que já está totalmente interditado. “Ele disse que corre o risco de desabar a qualquer momento, e que pode ainda afetar a rede elétrica, chegando a toda a escola”, afirmou a estudante Maria Saldanha.
A Secretaria de Educação afirma que cada escola irá efetuar os processos de contratação e realizar a gestão das obras a serem realizadas. A fase atual é de capacitação dos diretores, por parte das Coordenadorias Regionais de Educação, para que possam fazer este trabalho.