Fluxo de caixa no TCE
Deputados de oposição vão pedir investigação do TCE sobre fluxo de caixa no governo Sartori
Pedido é motivado por declaração do presidente do TJ sobre atos de improbidade pelo governador
Deputados de oposição vão pedir investigação do TCE sobre fluxo de caixa no governo Sartori | Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini / CP
A bancada do PT (Partido dos Trabalhadores) na Assembleia Legislativa divulgou, nesta quinta-feira, que vai pedir ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) uma tomada de contas especiais sobre a gestão de recursos pelo governo de José Ivo Sartori (PMDB). A decisão é motivada pela manifestação do presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Luiz Felipe Difini sobre possíveis atos de improbidade administrativa que, segundo ele, podem justificar o impeachment do governador.
Em entrevista ao programa Esfera Pública nesta quinta, da Rádio Guaíba, a deputada Stela Farias (PT) citou dados indicando arrecadação superior à admitida pela Secretaria da Fazenda. “Chegaríamos a 26 bilhões de receita que entraria nos cofres até 2018. Se isso se confirma, existe crime de responsabilidade", afirmou. "A bancada do PT se reuniu hoje e definiu que vai solicitar ao TCE, já na segunda-feira, em conjunto com demais bancadas de oposição, uma tomada de contas especial com relação ao fluxo. Nós estamos convencidos de que não tem dinheiro sobrando, mas que tem um problema grave de fluxo que precisa ser verificado”, argumentou.
Em defesa da gestão de Sartori, o deputado Juvir Costella (PMDB) alegou que as dívidas anteriores à gestão atual não permitem o pagamento em dia ao funcionalismo. “Não conheço um governante que não gostaria de estar pagando seus servidores em dia", declarou. "O Difini, respeitosamente quero dizer, aponta que há pedalada na questão dos salários dos servidores. A pedalada, na verdade, acontece quando se tem dinheiro e não se paga. Estamos dispostos a explicar a questão do fluxo. Mas proposital não é”, afirmou.
Durante a entrevista, Difini afirmou, que o atraso nos salários e o desrespeito a decisões judiciais determinando o pagamento de servidores são atos de improbidade administrativa capazes de levar ao impeachment do governador. O presidente do TJ ainda considerou que os atos de Sartori são mais graves do que as pedaladas fiscais que resultaram no processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT).