Ficha limpa e corruptos
NEM A LEI DA FICHA LIMPA NEM A PROIBIÇÃO DE DOAÇÕES EMPRESARIAIS REDIMIRÃO NOSSAS ELEIÇÕES. SÃO SÓ OURO DE TOLO...
A Lei da Ficha Limpa, quanto muito, fez aumentar a rotatividade dos corruptos: para cada impedido há centenas de potenciais substitutos. Todos da mesma laia.
E a proibição de doações empresariais para candidatos, vendida para esquerdistas ingênuos como uma panaceia que sanearia e redimiria nossas eleições, é outra bobagem das grossas.
O grande capital já deve ter encontrado suas fórmulas para contornar os obstáculos legais, mas desmascará-las certamente não estará sendo uma prioridade de nossas distintas autoridades.
Já a inventividade do PT não passou despercebida, como depreendemos desta nota do Painel político da Folha de S. Paulo:
"Ao cruzar informações, a Justiça Eleitoral vem desnudando o que suspeita ser uma nova frente de fraudes: doações milionárias de quem, aparentemente, nada tem. O TSE identificou 21.072 pessoas que, mesmo em situação de pobreza, transferiram juntas mais de R$ 168 milhões a campanhas municipais. Uma delas, cuja última renda conhecida é de 2010, doou R$ 93 mil. Outras dez desembolsaram mais de R$ 1 milhão, mas não têm renda compatível com tamanha generosidade.
Segundo o TSE, há ainda um grupo considerável de doadores registrados como beneficiários do Bolsa Família ou sem terra. Os dados já foram remetidos ao Ministério Público para averiguação".
Enfim, não serão quaisquer leizinhas que farão uma democracia de classe, assentada sobre a garantia do direito de propriedade dos meios de produção, tornar-se uma verdadeira democracia, que priorize o bem comum e promova a justiça social.
Até quando os reformistas conseguirão iludir os explorados? Qualquer cidadão com um mínimo de espírito crítico percebe que, no terreno minado dos podres poderes, jamais conseguiremos combater com eficácia o capitalismo dos dias de hoje, dando os passos necessários para sua superação, mais imperativa e urgente do que nunca!
O máximo que se consegue por tal via é eleger ditos esquerdistas que se limitam a governar o (ou legislar sobre o) acessório e não têm autoridade real para colocar em xeque a dominação burguesa.
O poder econômico move os cordéis nos bastidores e o poder político provê distrações para o respeitável público, ao encenar, como diria Shakespeare, tempestades de som e fúria significando nada.
Estavam certos os manifestantes de 2013: não muda na urna, muda na rua!