Estupro corretivo
‘Estupro corretivo’ mostra face cruel do ódio e preconceito
A estatísticas mostram que 6% das mulheres vítimas de estupro, além da dor causada pela prática em si, ainda conhecem a brutal face do ódio e do preconceito. Chamado de “estupro corretivo”, elas são submetidas a violência para que “aprendam a gostar de homem” e se aplicam especialmente as mulheres lésbicas.
A violação tem requintes de crueldade e vem sendo considerado algo complexo para o sistema de direitos humanos nacional. Os serviços de Diversidade Sexual e Gênero da União e a Secretaria de Políticas para Mulheres do governo gaúcho estão trabalhando na identificação e punição dos crimes. Também buscam a sensibilização das vítimas para denunciarem o estupro.
“Castigo”
Entre as principais formas de identificar o estupro corretivo é o serviço de HIV/AIDS. Os dados mostram que muitas mulheres portadoras do HIV contraem o vírus em decorrência de estupros com esta motivação. Para quem lida com estas estatísticas, a violência é usada, como um “castigo” pela negação da mulher à masculinidade do homem. Uma espécie doentia de ‘cura’ por meio do ato sexual à força. As vítimas são em sua maioria jovens entre 16 e 23 anos, lésbicas ou bissexuais e a prática chega a ser incentivada em grupos da internet.
Mais perto do que se imagina
O estupro corretivo, até então conhecido por ser praticado em países como a África, por exemplo, é uma realidade nova para as autoridades brasileiras. Mas dados da Liga Brasileira de Lésbicas afirma que casos ocorrem de forma recorrente no Rio Grande do Sul. Lamentavelmente, os estupros corretivos chegaram ao conhecimento do poder público por meio dos casos em que a vítima contraiu o vírus HIV.
Para especialistas e para as autoridades, o debate sobre violência contra mulheres tem que sair do foco da violência doméstica e passar a ter caráter de violação de gênero. Estes casos de estupros corretivos revelam uma das piores faces da violência contra mulher e contra o ser humano que se atreve, na visão destes agressores, a negar a masculinidade da sociedade.
Escuta Lilás
No RS, o Escuta Lilás, é uma forma de acolhimento das vítimas e de denúncias para o encaminhamento dos processos criminais contra os agressores. Uma Sala Lilás criada no ano passado dentro do Instituto Geral de Perícias já está possibilitando o atendimento humanizados às mulheres vítimas de violência sexual. O espaço evita que vítima e agressor convivam no mesmo ambiente na hora do registro dos crimes ou que as mulheres sejam inibidas na hora da denúncia. Uma coordenadoria específica de Lésbicas, Bissexuais e Transexuais femininas foi criada para discutir as especificidades das políticas públicas para a diversidade sexual. As mulheres também sofrem preconceito dentro do meio LGBT. São minorias, dentro das minorias.
No interior, estão sendo buscadas parcerias com as prefeituras para ampliar a oferta de psiquiatras e psicólogos para este atendimento.
Assessoria de Comunicação
C/Informações do Sul21
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