Em julho Reforma trabalhista

Em julho Reforma trabalhista

Votação da reforma trabalhista deve ficar para 2ª semana de julho

A previsão de que a votação ocorrerá apenas na segunda semana do mês é feita por líderes do Senado

Brasília – Líderes do Senado já assumem que votação da reforma trabalhistadeve ficar para a segunda semana de julho. Para evitar confrontos com a oposição e buscar apoio mais consistente na base, a votação, que poderia acontecer na próxima quarta-feira, deve ser adiada.

“Estamos trabalhando com a data de 12 de julho, não deve ser votado antes disso”, afirmou o presidente do Democratas, José Agripino (RN). Outros líderes da base confirmaram a informação.

O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), também afirmou que a oposição tem buscado entendimentos com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Para os oposicionistas, o ideal é adiar a votação na esperança de que fatos novos contra o governo apareçam em investigações e enfraqueçam a base.

“Temos bom diálogo com o presidente Eunício e estamos construindo um entendimento para que a oposição não seja atropelada. Não acredito que essa votação aconteça na próxima semana”, disse Lindbergh.

Na sessão de quinta-feira, Eunício adiou a votação do requerimento de urgência para o projeto da reforma trabalhista para a próxima terça-feira, 4. Se todos os prazos forem cumpridos, o projeto poderia ser votado já no dia seguinte. O presidente do Senado afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que ainda não definiu a data da votação.

http://exame.abril.com.br/brasil/votacao-da-reforma-trabalhista-deve-ficar-para-2a-semana-de-julho/ 

Governo acredita ter 48 votos para reforma trabalhista

Em um cenário pessimista, o governo reconhece que cinco desses senadores "geram dúvida" e poderiam mudar o voto para "não"

Brasília – O governo acredita que pode ter até 48 votos a favor da reforma trabalhista no plenário do Senado.

Esse é o cenário otimista do monitoramento feito por governistas e que serve de termômetro para decidir o momento de levar o texto à votação.

No cenário pessimista, o governo reconhece que cinco desses senadores “geram dúvida” e poderiam mudar o voto para “não”.

Nesse caso, o governo teria o apoio de 43 senadores – só dois a mais que os 41 necessários para aprovar o projeto.

O levantamento de votos para a reforma trabalhista mostra um cenário apertado para o Palácio do Planalto e acendeu a luz amarela para o governo Michel Temer.

O medo é a repetição da inesperada derrota do projeto vista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, onde o governo previa vitória, mas acabou sendo derrotado por um voto.

Para o Planalto, perder no plenário seria um péssimo sinal, já que a reforma trabalhista é encarada como “a mais fácil das reformas” por exigir a maioria simples do Congresso. Na reforma da Previdência, é preciso três quintos dos votos.

Esse é o pano de fundo para que líderes de partidos já falem abertamente em novo adiamento da votação no plenário em uma semana, que agora deve acontecer só na segunda semana de julho.

Para o governo, o tempo extra servirá para conter insatisfeitos com o projeto.

Nesse grupo de descontentes, estão os senadores que reconhecem a importância da reforma trabalhista, mas têm críticas a pontos do projeto.

No grupo, há nomes como Lasier Martins (PSD-RS), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Magno Malta (PR-ES).

A iniciativa para conter insatisfeitos está a cargo do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

O parlamentar tem carta branca de Michel Temer para costurar um acordo para ajustar pontos da reforma trabalhista.

Jucá se compromete a mudar oito pontos da reforma, como a criação de quarentena para a migração de um trabalhador para o contrato intermitente e o cancelamento do artigo que permite que grávidas e lactantes trabalhem em locais insalubres.

Mas o compromisso do presidente Michel Temer parece pouco. Contrariado com o projeto, Lasier Martins acha que o acordo de Jucá carece de detalhes e avalia que o compromisso do Palácio do Planalto parece vago.

Para o senador gaúcho, a iniciativa não foi suficiente para garantir mais um voto “sim”.

Ronaldo Caiado reconhece que o ajuste proposto pelo governo melhora a reforma trabalhista, mas o parlamentar ainda está contrariado com um ponto: o imposto sindical.

Pela iniciativa de Jucá, seria criada regra para o fim gradual da contribuição obrigatória para dar tempo aos sindicatos se reorganizarem.

O senador goiano defende o fim imediato do imposto e rejeita a iniciativa.

O capixaba Magno Malta, por sua vez, concorda com os oito pontos de ajuste da reforma do acordo de Jucá, mas diz não ter segurança de que as promessas serão efetivamente cumpridas.

“Nós que estamos acostumados a tomar chapéu no plenário, não queremos tomar mais. Tenho uma origem muito simples, mas não sou besta”, disse o senador.

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