“Não é certeza que vão demitir os professores”, disse o secretário da Educação do Rio grande do Sul, Ronald Krummenauer, sobre a informação de que o governo do Estado pretende demitir professores com contratos temporários que aderiram à greve do magistério, iniciada em 5 de setembro. Em entrevista ao programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (3), o secretário ainda afirmou que “até o final da tarde de hoje (terça-feira), o mais tardar amanhã (quarta)”, o governo deve ter uma posição jurídica sobre a demissão dos professores.

— Caso entenda que durante a greve isso (a demissão) não deve ser feito, a gente vai ter de esperar outro momento, a aplicação (da medida) talvez não seja imediata — disse Krummenauer, que explicou que a demissão dos servidores depende da existência de substitutos disponíveis para as funções. 

Segundo o secretário, o que surpreendeu não foi a continuidade da greve, mas os professores que disseram que, em solidariedade aos que não receberem, continuariam paralisados. Krummenauer disse que não há “nenhuma justificativa" para os professores que já receberam o salário na sexta-feira (29) não terem voltado às aulas. 

— Se for assim, todos nós poderíamos fazer greve em solidariedade aos 15 milhões de brasileiros que perderam emprego nos últimos anos, então, nós literalmente pararíamos o Brasil. 

Krummenauer afirmou também que a possibilidade de acontecer o pagamento integral neste mês ou no mês que vem é “absolutamente impossível”. Ele ainda diz que a proposta que o governo pode fazer aos servidores é a que já foi feita (e rejeitada): pagar primeiro os salários mais baixos, ter garantia de que a cada 30 dias irão receber — mesmo não sendo na data previamente combinada —, e a correção pela poupança da diferença entre o dia que o salário foi recebido e o dia oficial do pagamento. 

Questionado sobre o motivo da má remuneração dos professores, Krummenauer disse que o problema está na estrutura da educação.

— Se não fizermos mudança na estrutura — municípios ainda mais presentes no ensino fundamental, o ensino médio ficar mais por conta do Estado, e ter participação mais efetiva do governo federal — porque hoje o compromisso depende muito de cada ano de orçamento ou de cada presidente —, nós não vamos conseguir sair dessa situação de pagamentos e de valor de remuneração.

Entrevista coletiva no Palácio Piratini

Os professores grevistas se reuniram, nesta terça-feira (3), por volta de 13h30min, para uma entrevista coletiva a fim de discutir a posição do governo do Estado em cortar o ponto e demitir os professores que têm contrato emergencial. 

Os servidores aguardam para conversar com o governo do Estado — seja com governador José Ivo Sartori ou com algum secretário — ainda nesta terça. 

 

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