Cpers entrega contraproposta

Cpers entrega contraproposta

Cpers entrega contraproposta ao governo com condições para encerrar greve

Comando de greve do Cpers se reuniu com secretária adjunta, Iara Wortmann (centro), nesta manhã | Foto: Divulgação/Cpers

Da Redação 

No último dia 30, o governo do Estado apresentou uma proposta ao Centro dos Professores do Estado do Rio Grando Sul (Cpers) buscando alcançar um acordo para o encerramento da greve. Na ocasião, o Executivo se comprometia a retirar o projeto que prevê a revogação da obrigatoriedade de pagamento dos servidores no último dia de cada mês e do pagamento do 13º até 20 de dezembro, a não demitir contratados temporários que participaram de paralisações e a acabar com parcelamentos e atrasos salariais até o final do ano, desde que fosse aprovado o acordo de renegociação da dívida com a União e a venda de ações do Banrisul. No dia seguinte, em assembleia realizada diante do Palácio Piratini, o Cpers decidiu pelo prosseguimento da greve e indicou a rejeição à proposta, especialmente por se recusar a aceitar as condições para o fim dos parcelamentos, e por discutir a construção de uma contraproposta em assembleias regionais nos núcleos do sindicato pelo interior, o que ocorreu durante esta segunda-feira (6).

Hoje pela manhã, o Comando de Greve entregou à secretária-adjunta de Educação, Iara Wortmann, o documento construído nestas discussões e cobrou uma resposta ainda nesta terça (7). Wortmann recebeu as contrapropostas e disse que elas serão analisadas pelos secretários da Casa Civil, Fábio Branco, e de Educação, Ronald Krummenauer, mas não garantiu que o governo terá uma posição tomada ainda hoje.

 

Confira a íntegra do documento entregue pelo Cpers ao governo 

O CPERS/SINDICATO tem uma posição muito clara quanto à crise financeira do Rio Grande do Sul, anunciada desde 2015, pelo governo Sartori. O Estado tem uma sonegação absurda, que chega a R$ 7 bilhões, além de isenções fiscais que somam R$ 9 bilhões. Mesmo com todo este montante de recursos saindo dos cofres do Estado, o governo não coloca em prática nenhuma política de combate real a essas situações. A mesma conduta tímida percebe-se em relação à Lei Kandir, cujos recursos já somam mais de R$ 48 bilhões. Estes são valores que deveriam ressarcir o Rio Grande do Sul e auxiliariam, de forma significativa, a mudar o cenário atual. Também é fundamental que haja transparência quanto a aplicação dos recursos do Fundeb. O governo alega incessantemente o déficit financeiro do Estado para justificar o parcelamento dos salários dos educadores e demais servidores estaduais e a falta de investimentos na educação pública. Mesmo diante das alternativas apontadas pelos servidores, sequer considera como reais possibilidades para o enfrentamento da alegada crise. Com relação às propostas apresentadas pelo governo na audiência realizada no dia 30 de outubro, o Comando Estadual de Greve do CPERS, após ouvir a base da categoria, encaminha a seguinte contraproposta:

1- Garantia do fim do parcelamento dos salários até o final de dezembro deste ano;

2- Retirada da PEC 257/ 2017, mantendo com isso na Constituição Estadual o artigo 35 que assegura o pagamento integral dos salários no último dia útil do mês trabalhado;

3- Pagamento do 13º salário até o dia 20 de dezembro de 2017;

4- Não demissão dos educadores contratados que aderiram à greve;

5- Nenhuma punição a nenhum servidor que fez greve como, por exemplo: alteração de designação, diminuição da carga horária, perda de convocação e fechamento de turmas;

6- Retirada do 62 (regime de urgência) dos projetos que tratam da reestruturação do IPE para que a categoria possa ter tempo de discutir a questão;

7- Retirada das PECs 242, que extingue a licença-prêmio e 261, que altera o tempo de serviço para tempo de contribuição;

8- Publicação da cedência para os diretores de Núcleo;

9- Garantia do direito de 45 dias de férias, em janeiro e fevereiro;

10- Mesa de negociação para o pagamento da reposição salarial de 21,85%.

 

https://www.sul21.com.br/jornal/cpers-entrega-contraproposta-ao-governo-com-condicoes-para-encerrar-greve/ 




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