Assembleia na próxima semana
Cpers marca assembleia para a próxima semana e critica proposta de utilização de professores aposentados
Paralisação iniciou em 5 de setembro. Categoria reivindica o fim do parcelamento de salários e o pagamento integral do 13º
EDUARDO PAGANELLA
Uma reunião do Comando de Greve do Cpers, realizada na manhã desta sexta-feira (17), determinou que uma assembleia geral da categoria será realizada na próxima sexta-feira (24), no Parque Harmonia, para discutir os rumos da paralisação dos professores do Estado. Conforme a diretoria da entidade, ao longo da próxima semana, serão realizadas convenções regionais para tratar do tema.
O sindicato fez críticas à proposta sugerida pelo governo de utilização de voluntários e professores aposentados para finalizar o ano letivo em escolas que ainda estejam paralisadas devido à greve. Segundo a presidente da entidade, Helenir Schürer, será um choque para professores e alunos.
— Não é uma crise financeira que está se discutindo? Aí se faz uma proposta que pode gerar mais despesa ao Estado. Além disso, poderá haver um grande conflito geracional dentro das escolas. Sem desrespeitar os nossos professores. Pode vir alguém com uma visão de escola que mudou profundamente, e implantar métodos que já não são mais aceitos pelos alunos — disse.
Schürer questionou a possibilidade de pagamento de gratificação aos professores aposentados. Conforme ela, eles não viriam por uma quantia financeira inadequada.
— Duvido que terá professor que virá. A não ser que seja uma gratificação extremamente desrespeitosa. Os professores aposentados também estudaram muito para se formar. Eu espero que o governo não ache que os professores do Estado virão trabalhar por meia dúzia de reais — salientou.
Os professores estaduais estão em greve desde o dia 5 de setembro. A categoria reivindica o fim do parcelamento de salários e o pagamento integral do 13º. A adesão à paralisação caiu significativamente na última semana, quando uma assembleia foi realizada. A votação foi dividida, mas, por maioria, os professores optaram por manter a greve. Conforme levantamento do governo do Estado, divulgado na última segunda-feira (13), menos de 2% dos colégios estaduais estão fechados devido à paralisação.
A proposta do governo
A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) quer criar um cadastro para que professores aposentados assumam as aulas nos locais onde ainda existam docentes em greve no Rio Grande do Sul. A proposta é analisada pelo secretário Ronald Krummenauer. Segundo o governo gaúcho, também há uma possibilidade de que voluntários atuem em escolas, inclusive lecionando aulas. Na próxima semana, portarias com orientações sobre os temas serão publicadas no Diário Oficial do Estado detalhando quem poderá se cadastrar.