Assembleia do Cpers

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Em assembleia do Cpers, professores decidem pela continuidade da greve

Assembleia do CPERS decide pela permanência da greve dos professores estaduais. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Luís Eduardo Gomes 

Pela primeira vez após 66 dias de paralisação, a categoria dos professores e funcionários das escolas estaduais entrou em uma assembleia do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) dividida entre as propostas de continuidade e encerramento da greve. Pela manhã, durante reunião do Conselho Geral do sindicato, já com divisão entre as duas posições, prevaleceu o entendimento de que a greve tinha chegado ao seu limite e o indicativo para o fim da paralisação. Nas falas da assembleia, que iniciou por volta das 13h, os defensores da continuidade faziam mais barulho, aplaudindo e vaiando efusivamente dependendo de cada posição. Ao final, após votação em urnas que levou mais de uma hora, a continuidade da greve ganhou, com 1.160 votos a favor e 578 contrários.

Foram 18 falas de avaliação da paralisação, abarcando todas as correntes presentes no sindicato. Havia concordância entre as partes sobre a importância da paralisação e sobre a insuficiência da proposta apresentada pelo governo, que se comprometeu a não demitir professores contratados grevistas, a não punir grevistas e a retirar de tramitação a PEC 257 – que previa alterar o calendário de pagamento dos salários e do 13º salário -, mas não se comprometia a encerrar os parcelamentos e atrasos salariais e a pagar o 13º em dia, condicionando isso apenas à adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal e à venda de ações do Banrisul.

Os favoráveis ao fim da greve destacavam que, apesar de ser inaceitável apoiar a renegociação da dívida que irá congelar salários e nomeações de servidores, a greve está perdendo força, tendo nesse momento a adesão de cerca de 4 mil filiados do Cpers, e que sua continuidade poderia ser prejudicial. As falas pela continuidade da greve destacavam que não era possível encerrar uma greve e continuar com atrasos salariais e sem qualquer garantia sobre o 13º, reconhecendo que a partir de agora ela deve se tornar uma paralisação de vanguarda, sem o apoio maciço da base, mas cobrando mais investimentos em campanhas publicitárias e maior mobilização.

Manutenção da greve foi decidida em votos em urnas | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Mais vibrantes, os defensores da continuidade da greve interagiam com força após cada fala, aplaudindo quem também era favorável a esta posição, e vaiando os contrários. A ex-presidente do sindicato, Rejane de Oliveira, foi uma das mais apoiadas ao conclamar a categoria a se manter paralisada.

Presidente do Cpers, Helenir Schürer, destacou que a assembleia é soberana, mas que a decisão do Conselho Geral, orientando pelo encerramento, partiu dos índices de adesão vindos da base da categoria. “É um sentimento do Conselho Geral de que é muito difícil mais avanços, na verdade, algum avanço, porque tivemos muito poucos. Mas a dureza de um governo que demorou 54 dias de greve para apresentar uma proposta que não atende as principais reivindicações da categoria, demonstra também a dureza para negociar do governo”, disse.

Ao final das falas, os 1977 associados do Cpers que se credenciaram para votar na assembleia se dirigiram para às colocadas sobre a mesa e ao funo das tendas. Após cerca de uma hora de votação e apuração, a continuidade da greve saiu vitoriosa, com 1.160 votos a favor e apenas 578 pela suspensão. Os demais credenciados se abstiveram ou votaram em branco.

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Foto: Guilherme Santos/Sul21
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