Acesso à educação superior

Acesso à educação superior

Acesso à educação superior no Brasil é tema de estudo do Ipea

Wilson Dias_Abr

 Foto: Wilson Dias/ABr

As condições socioeconômicas dos estudantes, especialmente, a renda domiciliar, estão, segundo pesquisa do Ipea, entre os principais fatores que influenciam o acesso e a permanência no ensino superior. De acordo com o estudo, entre os jovens de 18 a 24 anos com renda superior a dois SMs, o acesso à educação superior é equivalente ao da maioria de países integrantes da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

“Caso a distribuição da população por faixas de renda fosse mais equilibrada, é provável que a taxa de frequência líquida na educação superior atingisse patamar mais elevado. No entanto, não é o que ocorre na sociedade brasileira, em que 85% dos jovens de 18 a 24 anos tinham renda domiciliar per capita de até dois SMs”, afirma Paulo Roberto Corbucci, autor do estudo.

O Texto para Discussão nº 1950 analisou a evolução do acesso à educação superior na faixa etária de 18 a 24 anos. O recorte foi escolhido por esse ser considerado o período ideal para ingresso no ensino superior.

Inicialmente, o artigo questiona essa ideia, tendo em vista que, em 2010, 52% da população com idade entre 18 e 24 anos sequer haviam concluído o ensino médio. Nesse sentido, o estudo constata que, em 2012, o número de ingressantes no ensino superior era superior ao número de pessoas que concluíram o ensino médio.

Isso indica que boa parte dos ingressantes havia concluído a educação básica antes de 2011 – uma tendência identificada nos últimos anos, de pessoas com mais de 24 anos retomarem os estudos e, em particular, os cursos superiores. De acordo com dados do IBGE, a participação de pessoas com 25 anos ou mais entre aqueles que frequentavam educação superior aumentou cerca de 10 pontos percentuais (p.p.) no período 2000-2010, passando de 42% para 52% do total.

Outro dado relevante analisado foi o aumento na proporção de jovens (18 a 24 anos) que declaram ter tido acesso ao ensino superior. Em 2000, esse contingente era de apenas 9,1%, atingindo 18,71% em 2010. A taxa de frequência líquida nesta faixa etária, índice que abrange apenas os que permaneceram regularmente matriculados, ampliou-se mais timidamente, de 7,4% para 14% no mesmo período.

De acordo com o autor, “se, por um lado, o primeiro indicador contempla de forma mais abrangente o acesso à educação superior, por outro, mostra que parcela significativa dos jovens chega a ingressar neste nível de ensino, mas, por razões diversas, não consegue lograr sua conclusão”.

O Texto para Discussão vê a melhoria da educação básica como condição imprescindível para assegurar aos jovens o ingresso ao ensino superior e sua permanência nele, de forma a atingir a meta de taxa de frequência líquida de 33% que integra o Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação.

Leia o Texto para Discussão nº 1950

 

http://www.ipea.gov.br/blog/?p=2287




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