Sem professor valorizado

Sem professor valorizado

Sem professor valorizado, nunca haverá segurança!


Eu acho engraçado quando certos especialistas falam. Na pesquisa que revelou o descontrole da violência em que anda mergulhado o nosso pobre (apesar de tão rico!) Rio Grande do Sul, onde homicídios e roubos crescem despudoradamente, senti cócegas ao ler e ouvir o palpite dos chamados “especialistas em segurança pública” por aí.

Primeiro, eu pergunto: mas tchê, onde andam estes especialistas, afinal, que nunca estão por perto quando precisamos deles? Eu prefiro, francamente, um leigo. Desde que resolva – ou arregace as mangas e ajude a resolver – os problemas que nos afligem. Que tenha mais ação e menos conversa mole recheada de palavras bonitas e matemáticas mirabolantes. Não é a estatística que nos importa. É a dor!

Pois os ditos especialistas não olham para o lado. Que coisa! Um deles, eu li, chega a dar os três “caminhos infalíveis” para resolver problemas de segurança pública. Pasmem: nem cogita a Educação como um destes instrumentos fundamentais. E, ao passear pelas opiniões de cá e de lá, umas mais armamentistas, outras menos, nenhum dos doutos no assunto fala na prevenção.

Bueno. Não adianta criar a lei mais intolerante do planeta, contratar um soldado mega armado para ficar ao lado de cada cidadão, se não investirmos pesado – mas eu disse pesado – em Educação. Se quisermos frear a escalada crescente de drogadição e violência, de ataques às pessoas e aos patrimônios, temos que pensar muito mais alto. Ou mais baixo, depende da ótica. Pois a saída primeira e óbvia está aqui, ao alcance de nossas mãos e corações. Está no transformar pensamentos e atitudes. Está no humanizar. Só aí poderemos pensar em uma sociedade mais livre e mais pacífica.

E investir em Educação é investir no apoio às escolas e valorização máxima dos professores, nos programas de recuperação que de fato funcionem, nos projetos de inclusão e de cultura aos novos pais e mães de todas as comunidades, é pensar em estimular a produção, a criação e o consumo da arte, em todas as suas formas, como instrumento de humanização.

Ou vamos ficar nesses discursos falidos que se repetem e nunca mudam nada? Que esbravejam intolerâncias entre dentes mergulhados no sangue e nas lágrimas das vítimas de nosso povo? Chega dessa guerra fratricida, precisamos dar um basta! Já passou da hora desses gestores públicos descerem dos seus pedestais de nobre incompetência e cumprirem o seu real papel: de administradores do todo. De nossos empregados bem pagos pelos nossos bolsos! Pois é isto que todos, de todos os poderes públicos, são. Mesmo os das mais altas cúpulas em seus castelos inatingíveis. São apenas gente que pagamos para que trabalhem por nós!

Então por que raios eles não trabalham para nós?

Há uma fábrica de criminosos que só sofrerá um baque na sua “linha de produção” quando conseguirmos que o outros valores, mais humanos, seduzam as novas mentes.

A cada real poupado em Educação e Cultura, mais um gatilho é apertado contra a cabeça de um inocente.

 

http://www.correiodopovo.com.br/Blogs/oscarbessi/?p=1361




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