Professor agredido

Professor agredido

Professor agredido por PM dava aula para duas turmas ao mesmo tempo

Antes de votação na Assembleia, servidores e PMs entraram em confronto.
Tumulto antecedeu aprovação de aumento de impostos no estado.

 

Em meio ao tumulto ocorrido na Assembleia Legislativa na tarde de terça-feira (22) antes da sessão que aprovou o projeto que aumenta impostos no Rio Grande do Sul de 2016, houve protesto e confusão entre servidores e a Brigada Militar do lado de fora do Parlamento, em Porto Alegre. Professores foram agredidos com cassetetes.

Um deles estava no chão quando foi golpeado pelas costas, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço, da RBS TV (veja no vídeo acima).

“O pessoal saiu correndo, muito medo do gás lacrimogêneo. E eu fui juntar água para botar nos olhos e algum brigadiano entendeu que eu estava juntando pedra e eu não consegui explicar para ele”, conta Ricardo Machado Menezes.

Professor agredido por PM dava aula em duas escolas no RS (Foto: Reprodução/RBS TV)Professor agredido por PM dava aula em duas
escolas no RS (Foto: Reprodução/RBS TV)

Essa não é a primeira vez que o professor Ricardo apareceu no Jornal do Almoço. Em agosto, uma reportagem mostrou a escola onde ele trabalha. Com a falta de professores, ele tinha que dar aula para duas turmas ao mesmo tempo.

"Estou dando aula em duas turmas ao mesmo tempo, porque está faltando professor de geografia na escola, então a direção improvisa um horário para a gente ficar com duas turmas ao mesmo tempo", disse ele na época.

Ricardo e dois professores que tentaram ajudá-lo foram presos durante a confusão. “Nós estávamos perto da entrada e a Brigada Militar foi avançando sobre os professores, que já estavam recuando. Em determinado ponto, eu vi o camarada Ricardo sendo agredido pelas costas, deitado no chão, já rendido. Fui também agredido pelas costas. Foi isso que aconteceu”, relata o também professor Fernando Campos Reck. Em seguida, os três foram liberados.

As imagens da agressão foram levadas ao Comando da Brigada Militar. O coronel Paulo Stocker estava na Assembleia Legislativa durante o tumulto e acompanhou a ação dos PMs. Ele defendeu os brigadianos.

“Ele estava reagindo. Com certeza, a força deveria ter sido feita. Inclusive, essa ação continuou por quase um minuto”, afirmou o PM.

Confusão na Assembleia Legislativa
Mesmo com chuva, centenas de funcionários públicos estavam na Praça da Matriz, em frente a Casa, desde as primeiras horas da manhã. Eles se reuniram para protestar contra a proposta do governo que eleva impostosno estado, e foi aprovada horas depois pelos deputados.

A confusão começou algumas horas depois da concentração, quando as grades do bloqueio foram derrubadas. Os servidores queriam entrar no prédio para acompanhar as polêmicas votações. Mas encontraram as portas fechadas e um batalhão de policiais militares cercando o local.

Com a investida dos servidores, a Brigada Militar tentou afastar os manifestantes. No entanto, a situação saiu de controle. Algumas pessoas caíram no chão depois dos jatos de spray de pimenta.

confusão, servidores, rs, assembleia, brigada (Foto: Reprodução)PMs e servidores entraram em conflito do lado de fora da Assembleia (Foto: Reprodução/RBS TV)

O clima ficou ainda mais tenso. Um guarda-chuva foi arremessado contra os PMs que reagiram e tiraram todo mundo da entrada do prédio.

Depois, o deputado Edson Brum recebeu líderes do Movimento Unificado dos Servidores. Eles solicitaram ao parlamentar a liberação de áreas que não seriam utilizadas no momento da sessão, para que mais lideranças do funcionalismo pudessem acompanhar a votação, citando o Teatro Dante Barone e o Plenarinho como opções.

Os deputados Ronaldo Santini (PTB), vice-presidente, Vilmar Zanchin (PMDB), Regina Becker Fortunati (PDT), Any Ortiz (PPS), Silvana Covatti (PP) e Stela Farias (PT) participaram do encontro na sala da presidência.

Ficou definido, então, que o Teatro Dante Barone seria liberado para mais 400 pessoas, sendo 200 a favor e 200 contra à medida do governo sobre o aumento do ICMS. Esse grupo assistiu à sessão por um telão. No começo da tarde a situação se acalmou na Assembleia e votação pode, enfim, começar.

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