Recomeço das aulas desfalcado

Recomeço das aulas desfalcado

Falta de quase mil professores afeta alunos que retomam estudos hoje no Rio Grande do Sul; convocação de docentes para suprir as lacunas está parada no Palácio Piratini

Fonte: Zero Hora (RS)   26 de fevereiro de 2015

 

A convocação de Professores para suprir as lacunas na rede pública estadual está parada no Palácio Piratini. Em função do decreto de contenção de gastos em vigor desde janeiro, a volta às aulas, prevista para hoje, será marcada pela falta de pelo menos 910 Educadores.

Ao longo da semana, a Secretaria Estadual da Educação encaminhou à Fazenda um pedido para nomear 540 concursados e contratar emergencialmente outros 370 mestres (para os casos em que o banco do concurso não supre a demanda).

Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria da Fazenda limitou-se a informar, ontem, que o assunto ainda está em análise. A intenção é esperar o começo do ano letivo para ter certeza da necessidade de novos profissionais.
Nos bastidores, fontes ligadas à cúpula do governo indicam que a pasta tende a barrar a reivindicação, embora a palavra final seja do governador José Ivo Sartori. Deve pesar na decisão o fato de já terem sido suspensas demandas de outras áreas, como saúde e segurança.

A possibilidade é alvo de críticas por parte da presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer. Se até a próxima segunda-feira a entidade não receber um retorno do governo, Helenir afirma que entrará na Justiça para exigir as nomeações.
Para hoje, o sindicato prevê a divulgação de uma carta aberta à população, na qual expõe o problema e se coloca à disposição para liderar a luta por mais mestres.

– Estamos pressionando o governo desde o início do ano para que resolva a questão. Agora, mesmo que o governador autorize as convocações, os Alunos correm o risco de ficar de 30 a 40 dias sem Professor, porque o trâmite é demorado – alega Helenir.

Escola terá pelo menos 120 alunos prejudicados

Um dos estabelecimentos afetados pela situação é a Escola Estadual de Ensino fundamental Aurélio Reis, no bairro Jardim Floresta, em Porto Alegre, que em 2009 foi classificada como “instituição modelo” pelo governo gaúcho.

Desde janeiro, a diretora Nássara Scheck está sem Professor de Artes. A Educadora que até então ocupava a vaga por meio de um contrato emergencial foi desligada, mas não apareceu ninguém no lugar dela.

Na véspera do início do ano letivo, Nássara não sabia se teria um substituto a tempo. Com isso, 120 estudantes do 6º ao 9º ano seriam prejudicados.

– Me disseram apenas para esperar. Só que está demorando muito e não sabemos o que fazer. Tomara que resolvam logo o problema, porque quem vai sofrer com isso são os Alunos – afirma Nássara.

 

Reportagem publicada apenas em veículo impresso




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