Sartori faz visita surpresa

Sartori faz visita surpresa

Sartori faz visita surpresa ao CPERS e tenta minimizar efeitos dos cortes na educação

Foto: Evandro Oliveira/Divulgação SeducSindicalistas aguardavam reunião com Vieira e governador resolveu acompanhar o secretário para dialogar com professores | Foto: Evandro Oliveira/Divulgação Seduc

Samir Oliveira

O governador José Ivo Sartori (PMDB) fez na manhã desta quarta-feira (07) uma inusitada visita surpresa à sede do CPERS. A direção do sindicato dos professores aguardava a chegada do secretário de Educação, Vieira da Cunha (PDT), e acabou sendo surpreendida ao ser informada, com apenas uma hora de antecedência, que o pedetista estaria acompanhado pelo chefe do Palácio Piratini.

A reunião havia sido solicitada por Vieira da Cunha, que manifestou na semana passada o desejo de fazer uma visita ao CPERS. O secretário solicitou que a agenda não fosse divulgada à imprensa. Contudo, tendo em vista as críticas que vem recebendo em função da assinatura de um decreto que congela totalmente nomeações, promoções e contratações no serviço público, o governador resolveu ir pessoalmente ao CPERS para tentar apaziguar os impactos da medida.

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Sem falar com a imprensa e durante uma reunião a portas fechadas por cerca de 1h30min, Sartori disse à direção do sindicato que deseja abrir um canal de diálogo com a categoria, mas evitou responder de forma mais direta aos questionamentos dos professores. O governador se limitou a dizer que a área da educação é “uma excepcionalidade” e poderá, em muitos aspectos, manter-se imune aos efeitos do decreto que congela novos gastos por até seis meses.

Foto: Ascom/ConsedMinistro da Educação se reuniu na terça-feira (06) com secretários de diversos estados do país | Foto: Ascom/Consed

Vieira da Cunha garantiu que irá analisar quais medidas devem ser reconhecidas como excepcionais pelo Palácio Piratini. O pedetista informou que irá se reunir com o secretário da Fazenda, Giovani Feltes (PMDB), para solicitar recursos aos casos que considerar necessários.

Os professores estão preocupados com o início do ano letivo e com a nomeação de funcionários de escolas que passaram no concurso realizado no final do ano passado. Além disso, o CPERS cobra a gradual substituição de todos os professores contratados de forma emergencial por trabalhadores concursados. “Estamos há muito tempo lutando por concursos, nomeações e promoções e o governador chega com um decreto congelando tudo isso”, comenta a vice-presidente do CPERS, Solange Carvalho.

Outra pauta que foi discutida na reunião foi o pagamento do piso nacional do magistério, que corresponde a R$ 1.917 para uma jornada de 40h semanais. Na terça-feira (06) Vieira da Cunha se reuniu em Brasília com o ministro da Educação, Cid Gomes (PROS). O secretário solicitou auxílio do governo federal para o cumprimento da lei, mas não obteve uma resposta definitiva do ministro.

Para a direção do CPERS, a visita de Sartori é um ato de cortesia, não uma agenda oficial entre a entidade e o Palácio Piratini. O sindicato avisa que irá solicitar uma reunião oficial com o governador para depois do dia 13 de janeiro. A data marca o prazo final da realização de matrículas na rede pública – a partir daí, o governo afirma que terá mais condições de detectar as prioridades para o setor.

“Foi uma visita inesperada, aguardávamos o secretário e veio também o governador. Durante a campanha ele pisou na bola, é importante que tenha vindo até aqui demonstrar boa vontade e diálogo. Para nós, é um símbolo importante, mas não foi uma audiência oficial”, diz a vice-presidente do CPERS.

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